Folha de S. Paulo


Tiago Fonseca Oliveira (1982-2017)

Mortes: Superou o coma e a paralisia para virar atleta

Em uma rua de Santos, no litoral paulista, Tiago Fonseca Oliveira seguia para casa de bicicleta quando foi atingido por um carro. Os detalhes passam rápido no relato do irmão Jonas, que prefere a versão resumida: "Perdeu o movimento do lado esquerdo".

O processo, no entanto, não foi tão simples assim. Tiago, que cursava o ensino médio na época, ficou em coma. Quando acordou, foi direto para a cadeira de rodas, antes de passar por meses de fisioterapia. A escola foi deixada em segundo plano, assim como o emprego de office boy numa clínica dentária.

Os exercício surgiram como parte da recuperação. Primeiro a musculação praticada no complexo esportivo Rebouças, depois o atletismo, quando já recuperava os movimentos da perna –o braço esquerdo permaneceria paralisado.

Apesar das mudanças forçadas, a família conta que o sorriso continuava a estampar o rosto de Tiago. "Ele aprendeu a viver com aquilo. Não lamentava não", conta Jonas.

Os treinos começaram a ficar mais sérios em 2008, mesmo período em que se mudou com a mãe e os irmãos mais novos para Praia Grande. Sozinho ou na companhia de amigos, fazia percursos pelas ruas, pela praia, na ciclovia, se preparando para competições locais. Participou do circuito Santista, da meia-maratona de Praia Grande, mas o seu sonho era a São Silvestre.

Treinando para a prova, comemorou na última semana a redução de seu tempo: 15 km em uma hora e 29 minutos.

O sonho acabou no domingo (8), ao ser atropelado, aos 35, enquanto treinava numa avenida de Praia Grande. Deixa a mãe, irmãos e amigos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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