Folha de S. Paulo


Doria quer megacarnaval de rua na 23 de Maio, e não mais na Vila Madalena

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (11) que o Carnaval de rua deixará a Vila Madalena, na zona oeste da cidade, e será transferido para a avenida 23 de Maio. Ele já havia adiantado a informação em entrevista à rádio Trianon na quinta-feira (5).

"Aquilo que acontecia na Vila Madalena vai, sim, ser transferido para a avenida 23 de Maio. Mais seguro, mais eficiente, melhor conforto para a população e para os serviços públicos. Ambulância, atendimento, abastecimento, Bombeiros. Tem muito mais condições e não molesta os moradores", disse o prefeito. Na quinta (5), ele disse que os foliões devem sair da praça da Bandeira em direção ao Parque Ibirapuera.

"Temos que lembrar que, não obstante ser uma manifestação espontânea, cabe ao poder público organizar o Carnaval. As pessoas não podem fazer na cidade o que desejam em qualquer lugar e a qualquer hora. A lei do Psiu precisa ser cumprida o ano inteiro", completou. "Com todo o carinho para a Vila Madalena, ela não comporta mais a dimensão do Carnaval. Você não pode imaginar que exista uma ocupação de um bairro residencial e o sentimento do Carnaval prevaleça sobre o respeito aos moradores."

Doria ressaltou que blocos menores, de até 4.000 pessoas, serão avaliados individualmente pelas prefeituras regionais. Mesmo em caso de aprovação, terão que se desmanchar até às 20h para respeitar a lei do Psiu.

"A orientação às prefeituras regionais é a de que manifestações pequenas em bairros sejam avaliadas. No Baixo Augusta, por exemplo, que é uma região de baixa densidade habitacional e tem mais comércio, poderemos ter. Também em bairros periféricos", disse.

No Carnaval de 2017, apenas o bloco Acadêmicos do Baixo Augusta levou cerca de 300 mil pessoas para a região. Segundo o prefeito, 1,7 milhão de pessoas foram às ruas neste ano para participar do evento.

Tratando especificamente da Vila Madalena, o prefeito disse que o Carnaval na região continuará de maneira mais restrita.

"Apenas para manifestações pequenas. O Carnaval não deixará de estar capilarizado em toda a cidade de São Paulo. Cresceu muito o Carnaval de São Paulo. Hoje já é o segundo Carnaval, em volume de pessoas nas ruas, do Brasil. Só perde pra Bahia. Conseguimos superar até o Rio de Janeiro, que tem um Carnaval maravilhoso, de rua e com enorme tradição. Nós temos de ter cuidado e zelo também para preservar os moradores. Pessoas que residem e querem ter direito a chegar e a sair de suas casas e a dormir também."

Secretário das Prefeituras Regionais e vice-prefeito, Bruno Covas (PSDB) ressaltou que há um diálogo em curso com os grupos de foliões.

"Estamos em conversas com os blocos e teremos um horário estabelecido. Em princípio, a ideia é transferir tudo que puder causar algum problema para um lugar que cause menos ruído. É claro que vamos compatibilizar isso com diversos agentes. A prefeitura não vai impor nada", concluiu.


Endereço da página:

Links no texto: