Folha de S. Paulo


Dois dias após saída das Forças Armadas, Rocinha registra confronto

Traficantes da favela da Rocinha e homens da Tropa de Choque da Polícia Militar entraram em confronto na manhã deste domingo (1º), na zona sul do Rio, dois dias após as Forças Armadas deixarem o local.

A troca de tiros foi registrada logo na entrada da comunidade, próximo ao túnel Zuzu Angel. Até o momento, porém, não há informações de presos ou feridos.

Embora não tenha deixado feridos, levou medo a moradores, vítimas de uma guerra entre bandidos pela disputa do tráfico na comunidade.

Com quase mil militares, as Forças Armadas fizeram um cerco à Rocinha durante uma semana –e saíram na sexta-feira (29), após considerar a região estabilizada. Desde então, cerca de 500 PMs ocuparam 29 pontos de cerco e de contenção na favela.

O patrulhamento, segundo a assessoria, acontece também com tropas especiais e conta com bases avançadas da corporação.

Na Cidade de Deus, zona oeste da cidade, também foi registrado tiroteio durante a troca de turno da tropa da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) no local. Até agora não há notícias de feridos.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que tropas do Exército retornarão à comunidade se houver pistas da volta ao local do traficante Rogério 157 –que está foragido e que trava disputa com bandidos ligados a Nem, que está preso em Porto Velho (RO).

VIDIGAL

Próximo da Rocinha, na favela do Vidigal, o BAC (Batalhão de Ações com Cães) também realizou uma operação nesta manhã.

Os policiais buscavam traficantes, drogas e armas, uma vez que a suspeita é a de que vários criminosos da Rocinha teriam fugido para comunidades do entorno.

Ao todo, a polícia do Rio tem em mãos 62 mandados de prisão contra criminosos. Desses, apenas 12 foram cumpridos até agora.

Só neste sábado (30), foram expedidos sete mandados de prisão contra traficantes da Rocinha. Um deles foi cumprido. Carlos Alexandre da Silva, 19, foi preso no hospital Miguel Couto.

FAIXAS

O tiroteio deste domingo na Rocinha foi seguido de operação policial em busca de bandidos, armas e drogas.

No sábado (30), foram vistas em ruas da Rocinha faixas anunciando a queda do preço do botijão de gás e criticando o traficante Nem.

A mensagem publicada na faixa dizia que "a comunidade sempre foi forçada a aceitar algumas coisas, inclusive preços abusivos como gás, água, carvão e outros".

Afirmava ainda que "a ordem era dada pelo Nem" e que "declaramos que isso não acontecerá" mais e que a cobrança pelo gás será de R$ 75. Durante os dias de confronto, ela passou de R$ 90 –fora da favela, é possível achar na casa dos R$ 50.

A suspeita é de que as faixas tenham sido espalhadas a mando de Rogério 157. A frase "Jesus é o dono do lugar", reproduzida no fim da faixa, é a mesma de um cordão de ouro usado pelo traficante.

A Secretaria de Segurança Pública do Rio disse que as faixas foram apreendidas por policiais da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha e que a Polícia Civil investigará esse episódio.

Além da Rocinha, na Cidade de Deus (zona oeste) também foi registrado tiroteio neste domingo durante a troca de turno da tropa da UPP.

Próximo da Rocinha, na favela do Vidigal, policiais fizeram uma operação devido à suspeita de que criminosos da Rocinha teriam fugido para comunidades do entorno.

Ao todo, a polícia do Rio tem em mãos 62 mandados de prisão contra criminosos. Desses, somente 12 já haviam sido cumpridos.

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