Folha de S. Paulo


PM busca Rogério 157 na favela da Maré; operação deixa 14 mil sem aulas

A Polícia Militar do Rio de Janeiro realiza nesta quinta-feira (28) uma operação no Complexo da Maré, conjunto de favelas da zona norte carioca, com objetivo de localizar e prender Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157,chefe do tráfico de drogas na Rocinha, na zona sul. Por conta da possibilidade de tiroteios, pouco mais de 14 mil alunos estão sem aula, de acordo com a Secretaria Municipal de Educação.

Rogério é um dos pivôs da crise de segurança na Rocinha, que teve início no dia 17 deste mês com a tentativa de invasão da comunidade por um grupo de traficantes rivais.

De acordo com a PM, as incursões ocorrem nas favelas Nova Holanda e Parque União. Até o momento, os militares apreenderam uma pistola, um radiotransmissor e materiais para embalar drogas.

Participam da operação as unidades do COE (Comando de Operações Especiais) –o Bope (Batalhão de Operações Especiais), divisão de elite da Polícia Militar, além do Batalhão de Choque e do BAC (Batalhão de Ações com Cães). O efetivo não foi informado.

Segundo relatos publicados na internet, houve troca de tiros durante a movimentação policial. O perfil OTT (Onde Tem Tiroteio), que faz um mapeamento não oficial de conflitos por meio das redes sociais, alertou moradores por volta das 6h37.

Reprodução
Procurado
Cartaz de procurado de Rogério 157, atual chefe da facção na Rocinha

"Tiros na Vila do Pinheiro, no Complexo da Maré. Principalmente pelo lado da linha Amarela. Atenção na região", postou a página no Twitter. A PM não informou sobre possíveis confrontos armados.

A Secretaria Municipal de Educação informou que, no total, 19 escolas, seis creches e 12 EDIs (Espaços de Desenvolvimento Infantil) suspenderam as atividades por conta da instabilidade na região.

Na noite de quarta-feira (27), a Justiça do RJ decretou a prisão preventiva de Rogério 157 e de outros traficantes que também são alvos da operação de hoje, como Ivan da Silva Martins, o Ivanzinho; Alan Francisco da Silva, o Bilan; Michael Ferreira de Souza, o Rabicó; e Horácio Ferreira do Nascimento, o Orelhinha.

De acordo com investigações da Polícia Civil, os denunciados participam da sangrenta briga entre grupos rivais pelo comando do tráfico na Rocinha, situação que levou à reação do Estado com um cerco militar, feito na última sexta-feira (22). O mandado se refere à morte do PM Hudson Silva de Araújo, da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) na Rocinha no dia 23 de julho.

Mais de 1.000 homens da PM e das Forças Armadas e dezenas de tanques do Exército subiram a favela a fim de acabar com a disputa e estabilizar a segurança na região depois de praticamente uma semana de tiroteios diários e outros atos de violência.

"O perfil violento, em especial destes denunciados, e a certeza de impunidade dos integrantes do tráfico da localidade onde ocorreram os fatos têm levado a prática deste tipo de conduta corriqueiramente no nosso Estado. Estes acusados, liderados, pelo menos os indícios sugerem, pelo acusado de vulgo "Rogerinho 157" são os responsáveis pelo atual clima de terror na comunidade da Rocinha, travando guerra sangrenta responsável pela intervenção das tropas federais no Estado", relata o juiz do 3º Tribunal do Júri da Capital, Alexandre Abrahão Dias Teixeira, que assina a decisão.

Contra Rogério 157 há ainda outros 12 mandados de prisão em aberto, por crimes como homicídio e tráfico de drogas.

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