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Justiça de MG reduz pena do goleiro Bruno de 22 para 20 anos de prisão

Adriano Vizoni/Folhapress
O goleiro Bruno durante entrevista à Folha realizada em hotel de Varginha
O goleiro Bruno durante entrevista à Folha realizada em hotel de Varginha

O TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) decidiu nesta quarta-feira (27) reduzir em 18 meses a pena do goleiro Bruno Fernandes, condenado pela morte de Eliza Samudio. Com a determinação, a pena passará de 22 anos e três meses de prisão para 20 anos e nove meses.

A redução da pena de Bruno se deve à prescrição do crime de ocultação de cadáver, segundo o TJ-MG. A votação dos três desembargadores foi unânime em favor do goleiro.

Bruno foi condenado também pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e sequestro. Os crimes ocorreram em 2010, quando o jogador foi preso, acusado de envolvimento no assassinato de Eliza Samudio, com quem teve um filho.

O TJ-MG também decidiu reduzir a pena de Fernanda Gomes de Castro, namorada de Bruno na época do crime. Segundo o tribunal, a pena dela de 5 anos de reclusão foi substituída para 3 anos de medidas alternativas. Os crimes de sequestro e cárcere privado também prescreveram.

Bruno obteve habeas corpus em fevereiro de 2017, às vésperas do Carnaval, e imediatamente assinou contrato de duas temporadas com o Boa Esporte. Depois de dois meses defendendo o time de Varginha, retornou à prisão por determinação do TJ-MG. O goleiro está preso no Presídio de Varginha, no Sul de Minas.

No início de agosto deste ano, ele recebeu autorização da Justiça para dar aulas de futebol a crianças e adolescentes em uma entidade de assistência social. A decisão da 1ª Vara Criminal e de Execuções Penais de Varginha, onde o jogador cumpre pena, determinou que ele será buscado no pátio do presídio para ser levado ao trabalho, sem contato com outras áreas externas ou pessoas de fora da entidade.

As aulas vão permitir que o goleiro reduza seu tempo da pena. O trabalho e o tempo de prisão a ser reduzido serão avaliados pela Justiça, de acordo com relatórios sobre frequência e disciplina que devem ser enviados pela ONG a cada três meses.

O goleiro já cumpriu quase sete anos da pena em regime fechado. Ele chegou a ficar dois meses em liberdade, através de uma liminar, entre fevereiro e abril deste ano.

Durante o período, atuou pelo Boa Esporte, de Varginha, que disputa a Série B do Campeonato Brasileiro de futebol. Ele chegou a ser agredido em jogos, o clube perdeu patrocinadores, e um abaixo-assinado nas redes sociais pedia que times não contratassem o goleiro enquanto ele não dissesse onde está o corpo de Eliza.


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