Folha de S. Paulo


José Assaff Maluli (1922-2017)

Mortes: Reforçou os laços da comunidade libanesa em SP

Arquivo Pessoal
José Assaff Maluli (1922-2017)
José Assaff Maluli (1922-2017)

Nos registros internos da seção Mortes desta Folha, a rubrica Maluli aparece 35 vezes desde abril de 2016, mas isso não significa que uma numerosa família tenha sido dizimada de lá para cá.

É que José Assaff Maluli tomava para si a tarefa de comunicar os falecimentos e missas em memória dos Madis, Fajuris e Chaibubs que se iam conforme o tempo passava.

Foi um dos últimos compromissos que assumiu com a comunidade libanesa de São Paulo, cidade para a qual se mudou nos anos 1940.

Nascido em Fartura (a 363 km da capital) e filho de imigrantes, no início Maluli tentou a vida de industrial. Chegou a abrir uma fabriqueta de papelão e uma pequena gráfica, mas não teve êxito.

Estabeleceu-se como comerciante, com uma loja de armarinhos que tocava com os irmãos na avenida da Liberdade, no centro.

Ficaram ali até meados dos anos 1970, quando o comércio, que funcionava onde hoje está a estação Liberdade de metrô, foi desapropriado pelo governo. Depois de pouco tempo tocando um estacionamento, Maluli aposentou-se e passou a se dedicar exclusivamente à sua vocação: socializar.

"Ele vivia para os amigos. Fazia o que pudesse para ajudar", diz a filha Eliane.

Diretor do clube Marjayoun, organizador de jantares e eventos para a comunidade e maníaco por tranca, Maluli sempre fez questão de estar cercado de gente.

Na última quarta-feira (20), foi a vez de Eliane ligar para o jornal. Maluli morreu aos 95, de causas naturais. Deixa dois filhos, uma nora, dois netos e um bisneto.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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