Folha de S. Paulo


Márcio Antônio de Mello (1962-2017)

Mortes: Compositor e estilista, marcou época na Grande Rio

Arquivo Pessoal
Márcio Antônio de Mello (1962-2017)
Márcio Antônio de Mello, o Márcio das Camisas (1962-2017)

Era confeccionando camisetas e bandeiras para as torcidas organizadas do Flamengo e escolas de samba do Rio que Márcio trabalhava com suas duas maiores paixões.

Foi no samba que Márcio das Camisas desenhou sua trajetória. No final dos anos 1980, recebeu convite para ser compositor e inaugurar a Acadêmicos do Grande Rio.

Ao todo, foram mais de 20 sambas-enredo. Três são os mais lembrados: 2006, quando o tema foi a Amazônia; 2007, que tratou da cidade de Duque de Caxias, sede da escola; e 2016, sobre Santos (SP).

Márcio era polivalente. Além de vender camisetas, trabalhava como churrasqueiro e aplicava provas em concursos públicos. Não parava nem no Ano-Novo: era chamado para fazer decorações em barcos em Angra dos Reis (RJ).

Os amigos o descrevem como bem-humorado, solidário e dedicado à família. Nos momentos de trabalho ou de lazer, cada detalhe era importante, fosse desenhando camisas ou preparando uma feijoada. Segundo o amigo Mariano Araújo, todos os ingredientes tinham que estar em ordem na hora do preparo –se não, era briga na certa.

"Ele era uma pessoa muito inteligente e fiel à escola. Algo raro nos dias de hoje, pois muitos compositores participam de várias escolas", diz Milton Perácio, presidente da agremiação.

Em breve, a Acadêmicos do Grande Rio lançará um CD com todas suas composições.

Morreu no dia 12, dois dias após ser internado em razão de um acidente doméstico, quando comemorava seu aniversário. Deixa a mulher, dois filhos, quatro netos e centenas de amigos órfãos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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