Folha de S. Paulo


Julio Cezar Durigan (1954-2017)

Mortes: Do estudo da erva daninha à reitoria da Unesp

Arquivo Pessoal
Julio Cezar Durigan (1954-2017)
Julio Cezar Durigan (1954-2017)

Julio Cezar Durigan não foi um aluno qualquer, assim como também não foi só mais um reitor. Formado em agronomia pela Unesp, antes mesmo da fusão que deu origem à famosa universidade, ele permaneceu vinculado à ela até o final de sua vida.

Nascido na pequena Taiuva, o caçula de três irmãos, cresceu ajudando no açougue do pai. Nada sabia sobre agronomia, mas acabou escolhendo o curso depois de se mudar para Jaboticabal, ainda na adolescência. Formou-se em 1975, na Faculdade de Agronomia, que anos depois se transformaria em um dos institutos da Unesp.

Chegou a trabalhar no Embrapa, foi para Brasília, mas decidiu que queria mesmo seguir a carreira acadêmica. Virou professor e pesquisador na mesma Unesp, em Jaboticabal. O foco do seu trabalho: controle das ervas daninhas.

Extrovertido, adorava bater papo, sair para dançar com a mulher, mas era também viciado no trabalho. Era comum perder a hora no fim do dia. Foram vários os cargos até chegar à reitoria nos anos 2000, a partir daí foi pró-reitor e vice-reitor até ser eleito para o cargo máximo da universidade, em 2012.

O ritmo de vida a 120 km/h, como ele mesmo descreveu à Folha em 2015, foi interrompido pelo diagnóstico de câncer na medula um ano antes.

Passou pela luta, pela depressão e pela recuperação e, de volta ao trabalho, fazia planos para a aposentadoria. Ia visitar doentes sozinhos em hospitais e escrever um livro. Mas os planos foram interrompido nesta sexta (8), com a morte de Julio aos 63 anos, devido à doença. Deixa a mulher, Rosângela, e três filhos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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