Folha de S. Paulo


Maria Regina Villela de Abreu (1943-2017)

Mortes: Uma culinarista de mãos ágeis e sorriso largo

Raoni Reis/ Arquivo Pessoal
Maria Regina Villela de Abreu (1943-2017)
Maria Regina Villela de Abreu (1943-2017)

Na pequena Itajubá, no sul de Minas, Regina cresceu observando a mãe cozinhar. Atenta, foi pegando o jeitinho até ficar craque. Fazia de tudo: pratos doces e salgados, simples e sofisticados, fáceis e elaborados.

Itajubá ficou para trás após Regina se casar com Osvaldo, em 1964, mas a culinária foi com ela para Guaratinguetá, Taubaté e Mogi das Cruzes –todas cidades paulistas por onde ela passou– e acabou virando profissão. A sala para suas aulas foi montada em casa. Aconselhamento a familiares também era feito. As irmãs sempre recorriam ao "Disque Regina" quando precisavam de uma receita nova.

Mas a comida era só um dos vários dons dessa mineira. Suas mãos ágeis não se limitavam aos temperos, elas davam show também em meio a linhas e tecidos. Regina fazia bordado, tricô e crochê, que decoravam não só sua casa, mas a de parentes e amigos.

Suas habilidades foram contidas nos últimos meses, quando já estava em tratamento contra o câncer. A perda do movimento da mão a fez buscar outras formas de fazer as coisas. Desdobrava-se para alcançar armários na cozinha e trocou grandes pratos por omeletes e saladas de fruta, mas ela nunca parou.

Sorridente, Regina estava sempre disposta, fosse para as viagens com amigas, para os jogos de tranca com as irmãs ou para as caminhadas na praia –mesmo nas férias, não permitia que a família dormisse até tarde porque precisava de companhia.

O sorriso e os passeios cessaram dia 1º, com a morte de Regina, aos 73 anos, devido ao câncer. Deixa três filhos, cinco netos e cinco irmãos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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