Folha de S. Paulo


Atropelador diz que arrastou ciclista porque achou que vítima estava morta

Reprodução/SBT
Motorista arrasta ciclista no capô de carro por 5 km no limite entre as cidades de Osasco e São Paulo
Motorista arrasta ciclista no capô de carro por 5 km no limite entre as cidades de Osasco e São Paulo

O motorista Mario Prestes Neto, de 61 anos, que atropelou um ciclista na avenida das Nações Unidas, em Osasco, na grande São Paulo, se apresentou neste domingo (3) no 91º DP (Vila Leopoldina), mas foi liberado após prestar depoimento.

Mario responderá por homicídio doloso, com o qualificador de fuga do local e omissão de socorro à vítima, segundo o delegado Fernando Terzidis. O motorista vai aguardar o processo em liberdade.

Após ser denunciado pela própria filha, o motorista se entregou neste domingo (3), quatro dias após o acidente, acompanhado de seu advogado. O delegado pediu a prisão temporária do acusado por cinco dias, mas o pedido foi rejeitado pela Justiça.

Na última quarta-feira (30), Mario atropelou e matou o ciclista Gilmar Barbosa da Mata, de 45 anos. Ele arrastou o corpo do homem, que ficou preso ao capô do carro, por mais de dois quilômetros e fugiu, sem prestar socorro à vítima, que morreu no local.

Em seu depoimento, Mario contou à polícia que dirigia dentro do limite de velocidade e que não estava embriagado, no dia do crime. Ele alegou que estava dentro da pista na hora do atropelamento, mas testemunhas teriam alegado que ele avançou a faixa de pedestres.

Segundo o advogado Cícero dos Santos, o motorista alegou que não conseguiu evitar o atropelamento, pois a vítima surgiu repentinamente na pista. "Ele seguiu em frente com o corpo do ciclista em cima do capô porque acreditava que a vítima já tinha morrido. Quando parou, ficou com medo de ser linchado pela população, que gritava "assassino".

Segundo o advogado, Neto já teria respondido processo por outro atropelamento, ocorrido em 1984.

DENÚNCIA DA FILHA

Antes de se entregar, o motorista Mario Prestes Neto foi denunciado por sua filha à polícia. De acordo com o delegado, Fernando Terzidis, o próprio acusado admitiu que sua filha fez a coisa certa ao denuncia-lo à polícia.

"Ele disse que criou a filha ensinando a sempre ser honesta e a dizer a verdade", detalhou o delegado.

Ao voltar para casa, após o crime, Neto contou à filha que tinha sido vítima de uma tentativa de assalto e que atropelou o ladrão. Segundo o advogado, após o crime, o motorista teria entrado em estado de choque.


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