Folha de S. Paulo


Gestão Doria retira parquinho para crianças e árvores do largo da Batata

A Prefeitura de São Paulo, sob a gestão João Doria (PSDB), retirou árvores e um espaço com brinquedos para crianças do largo da Batata, em Pinheiros (zona oeste).

Algumas das plantas removidas eram de espécies nativas raras. A mudança foi feita porque a gestão entregou o urbanismo do largo e a manutenção ao shopping Iguatemi, que fica próximo.
O projeto foi divulgado no mês passado e prevê a plantação de 70 árvores, a um custo de R$ 205 mil.

A retirada de árvores plantadas pela comunidade revoltou movimentos de ativistas como A Batata Precisa de Você e Batata Jardineira, de moradores da região que cuidavam da manutenção dos jardins do largo com tratamento agroecológico.

A médica Maria Eudóxia de Carvalho, 47, afirma que os movimentos não foram ouvidos. "Eles trouxeram propostas prontas", diz.

Foi retirado, ainda, um equipamento de convivência de crianças de 286 metros quadrados feito na gestão passada, de Fernando Haddad (PT), pelo escritório Erê Lab, autor das áreas infantis das vilas olímpicas do Rio Janeiro, do largo do Paissandu e das unidades 24 de Maio (recém-inaugurada) e Dom Pedro do Sesc, na região central. "A manutenção era necessária, mas não a retirada", afirma o arquiteto Roni Hirsch, sócio do Erê Lab.

OUTRO LADO

A Prefeitura Regional Pinheiros diz, em nota, que "sempre esteve e estará aberta ao diálogo com a população". Afirma ainda que as mudanças no largo da Batata "estão em curso desde o início do ano". Segundo a gestão, a doação foi feita pelo shopping Iguatemi sem contrapartidas.

O shopping diz, em nota, que foi "responsável pela doação de 70 árvores nativas da mata atlântica para o projeto de paisagismo" a um custo de R$ 205 mil. Ambos não se manifestaram sobre a retirada da área para as crianças e das árvores já plantadas.


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