Folha de S. Paulo


Seis mil ficam sem aulas por tempo indeterminado no Jacarezinho, no Rio

A decisão da Secretaria Municipal de Educação do Rio de fechar por tempo indeterminado 15 escolas no Jacarezinho, zona norte, deixará 6.497 alunos sem aula. A medida foi tomada por segurança, já que desde a semana passada ocorrem operações policiais diárias na favela.

Em dez dias de confrontos, ao menos sete pessoas já foram mortas na favela. Moradores dizem que a maior parte das vítimas não tinha ligação com o tráfico de drogas.

Somente na operação desta segunda-feira (22), que englobou sete favelas da zona norte, como Manguinhos, 43 pessoas foram presas. A ação teve apoio das Forças Armadas, que estão no Rio há pouco menos de um mês.

As tropas foram enviadas ao Rio para conter a onda de violência que tomou conta do Estado na esteira da crise fiscal do governo. Embora tenham sido enviadas para combater o tráfico de drogas e reduzir o poder de fogo de traficantes, nenhum fuzil foi apreendido nas três operações em que foram empregadas tropas federais.

Os conflitos em áreas pobres do Rio têm vitimado a população. Em março, uma menina de 14 anos foi morta por um tiro quando ela estava dentro da escola, em Acari.

A decisão de fechar 15 escolas por tempo indeterminado foi tomada na noite de segunda, após o dia de intensa operação policial. Outras 11 unidades na região funcionarão em horário alternativo.

Ao todo, 64 escolas do município tiveram que ser fechadas nesta segunda por conta dos confrontos e cerca de 27 mil alunos ficaram sem aulas, número que foi recorde. O volume corresponde a 4% de toda a rede municipal.

Desde o início do ano letivo, em fevereiro, 409 escolas e creches fecharam por conta da violência. Ao menos 145 mil alunos ficaram ao menos um dia sem aulas.


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