Folha de S. Paulo


RR pede reforço das Forças Armadas e da PF na fronteira com Venezuela

O governo de Roraima solicitou ao presidente Michel Temer o reforço das Forças Armadas e da Polícia Federal na fronteira com a Venezuela. O pedido, feito nesta terça-feira (8) por telefone pela governadora Suely Campos (PP), tem como objetivo prevenir a criminalidade na região

Suely falou também com o ministro da Defesa, Raul Jungmann. "Além de telefonar para o presidente, enviamos dois ofícios ao Palácio do Planalto expondo a gravosa situação que passa a segurança pública do Estado. O presidente foi bastante sensível ao nosso pleito e disse que se reuniria com o ministro da Defesa para tratar dessa questão", afirmou.

A governadora solicitou que seja expedido decreto para que as Forças Armadas patrulhem toda a faixa de fronteira do município de Pacaraima (a 260 km de Boa Vista) com o país vizinho –onde, segundo a Polícia Civil do Estado, existem vias de acesso clandestinas utilizadas para o tráfico de drogas, pessoas e armamento. Ela ainda solicitou reforço no efetivo da delegacia da Polícia Federal local, para atender à demanda dos pedidos de refúgio.

"Temos dois mil quilômetros de fronteira seca, com diversas vias de acesso clandestinas, transformadas em rotas de tráfico de drogas, de pessoas e de armas pesadas por organizações criminosas. Queremos uma atuação preventiva das Forças Armadas para coibir a entrada desses criminosos e evitar que Roraima se transforme em corredor de passagem para esses ilícitos", explicou Suely Campos.

Suely ainda pede reforço na divisa com o Amazonas, para também suprimir o tráfico na rodovia BR-174, que liga os dois Estados.

Pedidos de refúgio protocolados em Roraima -

PRESÍDIOS

Além disso, o governo de Roraima pediu, nesta segunda-feira (7), a prorrogação da presença da Força Nacional de Segurança no Estado por mais seis meses.

O pedido foi feito pela governadora Suely Campos ao ministro da Justiça, Torquato Jardim, e tem como foco a segurança no entorno da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, onde em 6 de janeiro 31 presos morreram vítimas de confronto entre grupos rivais.

A Força Nacional está em Boa Vista desde então, dois meses após o Estado ter feito pedido ao ministério sob a alegação de que o governo não tinha como "garantir a integridade física" dos presidiários de "forma plena".

Se a prorrogação for confirmada, os agentes deverão ficar até o início de 2018 em Roraima.

De acordo com o governo de Estado, entre os pontos para o pedido de prorrogação estão a necessidade de restabelecimento do acesso aos advogados, da assistência religiosa, do serviço de saúde e o início do ano letivo na unidade prisional.

Com o prédio ainda danificado, é necessário mais policiamento no entorno da prisão, local em que a Força Nacional tem atuado.

A penitenciária abrigava a "favela marmitex", revelada pela Folha e com barracos feitos de madeira, lona, restos de alvenaria e até tampas de marmitex. A favela nasceu no interior da penitenciária no setor conhecido como "ala da cozinha", em alusão ao seu objetivo antigo.

Em maio, uma operação retirou 348 detentos da penitenciária e destruiu a "favela marmitex".

O efetivo atual da Força Nacional no Estado é de cerca de cem agentes. Questionado sobre o pedido, o Ministério da Justiça não comentou o assunto até a publicação deste texto.


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