Folha de S. Paulo


Vereadores de SP criam condições para aprovar acordo do parque Augusta

Danilo Verpa/Folhapress
Vista do terreno do futuro parque Augusta, na região central de São Paulo
Vista do terreno do futuro parque Augusta, na região central de São Paulo

Embora encontre resistência por parte dos ativistas, o projeto de criação do parque Augusta acordado entre a Prefeitura de São Paulo e as construtoras Setin e Cyrela deve encontrar pouca dificuldade na Câmara Municipal, onde ainda precisa ser aprovado após homologação da Justiça.

No entanto, até vereadores aliados impõem condições para aprovação da permuta.

"É preciso tomar o cuidado de fazer a coisa da forma mais transparente possível, para não parecer uma ação entre amigos", afirma o vereador Mario Covas Neto, presidente municipal do PSDB.

Na avaliação do tucano, que questiona na Justiça a tramitação do plano de privatizações do correligionário João Doria, a solução "é bastante interessante" porque põe fim a um problema antigo: tanto o projeto do parque quanto o empreendimento imobiliário estavam "empacados", diz.

O prefeito João Doria (PSDB) anunciou nesta sexta (4) o acordo que pode trocar a área verde (de 24 mil m²) do futuro parque pela fração de uma área pública (18 mil m², segundo estimativas da prefeitura) entre a marginal Pinheiros e a rua do Sumidouro, na zona oeste da cidade.

Para o vereador José Police Neto (PSD), é fundamental definir como os 18 mil m² do terreno cedido na marginal Pinheiros vão dialogar com o restante da área (que no total tem 48 mil m²) que permanecerá pública.

"Um terreno em uma área pública cumpre uma função estratégica", diz ele. "Por isso, a prefeitura tem que apresentar um Projeto de Intervenção Urbana [documento a ser aprovado pela Câmara] consistente", afirma.

O professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP Renato Cymbalista diz que a troca dos terrenos "não parece um absurdo", mas que a "equação financeira precisa ser mais transparente".

"Acho estranho que a transação e as contrapartidas tenham sido definidas antes da perícia avaliar o custo dos terrenos", afirma o urbanista.

Parte dos ativistas pela criação do parque Augusta, contudo, não gostou da solução encontrada pela prefeitura. Houve protesto durante a apresentação do acordo na manhã desta sexta (4). "Não existe representatividade nessa permuta", disse uma ativista que se identificou como Kiu Bio, do movimento Parque Augusta.

Editoria de Arte/Folhapress

Endereço da página:

Links no texto: