Folha de S. Paulo


Joaquim Paulo do Espírito Santo (1952-2017)

Mortes: Maestro e pianista, formou cantores pelo país

Arquivo Pessoal
Joaquim Paulo do Espírito Santo (1952-2017)
Joaquim Paulo do Espírito Santo (1952-2017)

Tinha seis anos Joaquim Paulo do Espírito Santo quando sentou-se à frente de um piano pela primeira vez, o que não o impediu de tocar uma peça inteira, contaria ele depois. Anos mais tarde, se tornaria um importante nome da música clássica brasileira.

Como pianista correpetidor, especialidade em que o profissional simula toda uma orquestra com um só instrumento para ensaiar cantores, era "um talento indiscutível, talvez o melhor do país, tinha nível internacional", diz Luciano Camargo, maestro chefe do Coral da Cidade de SP, que trabalhou com o músico.

Joaquim teve uma "formação musical sólida", conta o amigo e, no fim da vida do pianista, tutor, Carlos Mader. Foi aluno de nomes fundamentais da música erudita no país, como Eleazar de Carvalho e Magda Tagliaferro, além de ter estudado nos Estados Unidos e na Alemanha –sempre com bolsa, uma vez que o músico, nascido em São Paulo, vinha de família simples.

Foi maestro preparador no Theatro Municipal de São Paulo, comandou orquestras em SP e no Paraná e se apresentou mundo afora. Pode ser visto tocando seu piano no filme "Alma Corsária", de 1993.

Ligado à Igreja Batista, era referência também do negro spiritual, estilo musical associado ao gospel.

Estava empenhado em um projeto com Mader de montar uma orquestra só com pessoas com síndrome de Down. Mas não viu o grupo pronto: morreu na madrugada do dia 23, aos 64, por complicações nos rins. Deixa três filhos e centenas de aprendizes.

Músicos da Orquestra Acadêmica de São Paulo se apresentaram no velório.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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