Folha de S. Paulo


Jovem é vítima de estupro coletivo no Rio; ex e outros 6 são presos

A Polícia Civil prendeu sete suspeitos de estupro coletivo em Ricardo de Albuquerque, zona norte do Rio de Janeiro. A vítima, que tem 16 anos, já havia sido vítima de estupro aos nove anos. O crime ocorreu na noite da última segunda-feira (3) em uma casa a menos de 100 m da delegacia.

Dos sete presos, três são maiores de idade –Jonathan Antônio Pinto Vieira, 18, Jorge Luiz Basílio Guimarães Junior, 20, e Mateus Machado Portela, 20.

De acordo com o delegado Renato Perez, da 31º DP, a vítima foi abordada depois de sair da escola no bairro por um ex-namorado, que a convenceu de acompanhá-lo até uma casa. No local, uma casa em construção, outros quatro suspeitos estavam escondidos.

"Eles começaram a namorar e a se relacionar. Quando ela percebeu que os outros quatro também estavam na casa, ela se recusou a continuar a se relacionar. O ex-namorado, que tem 16 anos, chegou a dizer: 'Vai ter que fazer com os crias'. 'Crias' é uma gíria deles, como se fossem amigos. Ela deixou claro que não queria", afirmou o delegado.

Todos foram presos em flagrante por estupro, mesmo dois deles, que chegaram depois, tendo participado observando o ato. "O crime de estupro tem várias implicações. Mesmo presentes, eles não impediram o crime, por isso, são enquadrados por estupro", explicou Perez.

Dos presos, Guimarães Junior e Portela têm antecedentes de prisão por roubo. A própria vítima procurou a delegacia na madrugada de terça-feira (4). Segundo o delegado, ela foi bem firme, mesmo fragilizada, ao narrar os fatos. Já os suspeitos afirmaram que a vítima praticou sexo consensual. "Ela não escondeu detalhes por isso acreditamos que seja verdade. Explicou que por já ter sido vítima de estupro e ter tido outros relacionamentos, que os exames não constatariam que ela havia perdido a virgindade recentemente. Eles alegam que foi consensual", disse Perez.

As prisões ocorreram na manhã de terça. Todos moram na mesma localidade da vítima, uma comunidade de Ricardo de Albuquerque. Familiares e amigos dos detidos em flagrante foram até a delegacia para defender os presos. O grupo tentou agredir fotógrafos e cinegrafistas. Eles também alegam que a vítima consentiu o crime.

PRINCIPAL SUSPEITO

Para o delegado, há a possibilidade de o ex-namorado ter planejado o crime porque ele tinha a chave da casa. Todos moram perto da vítima, que deixou a capital fluminense com a família.

"Ela fez os exames e tomou os coquetéis antivirais. De saúde ela está bem, mas psicologicamente não", afirmou o delegado.

O delegado afirmou que não foram encontradas imagens possivelmente feitas do crime. "A vítima acha que fizeram, mas nos celulares deles nada foi encontrado e ainda também não apareceram em redes sociais", afirmou Perez.

Em dois dias deve ocorrer a audiência de custódia dos presos e dos menores apreendidos. Um juiz vai decidir se ele aceita o pedido de prisão preventiva feito pelo delegado.


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