Foi em 1991 que Wilma Maia voltou a ser Wilma de Faria e iniciou uma trajetória política que rompeu a polarização dentre as duas principais oligarquias do RN.
Ela havia iniciado sua a vida pública em 1973 como primeira-dama do então governador Lavosier Maia.
Foi secretária estadual, deputada e prefeita de Natal antes de se separar do marido numa época em que o divórcio era visto com preconceito.
Após a separação, casou-se com o seu então chefe de gabinete na prefeitura, o advogado Herbert Spencer.
Ficou conhecida como "guerreira", por trilhar um caminho próprio e enfrentar nas urnas as tradicionais famílias Alves e Maia, oligarquias comandadas por homens, criando uma terceira via na política potiguar.
"Ela construiu essa trajetória sozinha", lembra o senador José Agripino Maia (DEM), adversário de Wilma durante o período em que ela foi governadora e, mais recentemente, aliado.
Foi prefeita de Natal entre 1989 e 1992 e entre 1997 e 2002, quando deixou o cargo para disputar o governo do Estado. Naquele ano, tornou-se a segunda mulher a se eleger governadora no Brasil, sendo reeleita em 2006.
Nascida em Mossoró, Wilma cresceu na região do Seridó, sertão potiguar. Na juventude, mudou-se para a capital. Torcedora do América de Natal, chegou ser atleta do voleibol do time alvirrubro. Formou-se em Letras e tornou-se professora universitária.
Morreu na quinta-feira (15) após complicações de um câncer no sistema digestivo. Deixa quatro filhos e um mandato de vereadora em Natal.
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