Folha de S. Paulo


Witold Zmitrowicz (1940-2017)

Mortes: Urbanista e orgulhoso imigrante polonês

A primeira coisa que o professor Witold Zmitrowicz ensinava às suas turmas na Escola Politécnica da USP era a pronúncia de seu nome. Era um polonês orgulhoso de suas raízes, embora nunca tenha vivido na Polônia.

Zmitrowicz nasceu em Luçon, leste da França, filho de imigrantes poloneses que fugiam da Segunda Guerra, e cresceu entre cidades da Escócia. A família decidiu migrar para o Brasil em 1947, para alegria do menino que se deslumbrou com as paisagens que viu na chegada ao Rio.

Em São Paulo, onde a família se estabeleceu, resolveu estudar arquitetura, quando, apátrida até então, conseguiu cidadania brasileira para poder se matricular na USP.

Casou-se com a companheira de toda a vida, Martha, uma brasileira, o que chocou a unida comunidade polonesa por aqui –da qual ele foi líder por anos. Só se afastou da Polônia quando o país apoiou a invasão do Iraque, em 2003, fato que o entristeceu.

Viveu no Copan –famoso prédio projetado por Niemeyer no centro de SP– e trabalhou por décadas com planejamento urbano na prefeitura da capital paulista, ao mesmo tempo em que foi professor universitário, até 2010, quando se aposentou.

Atento ouvinte e empolgado contador de histórias, sabia tudo sobre São Paulo (escreveu um livro a respeito do planejamento viário da cidade) e sobre o leste europeu.

Morreu no último dia 26, aos 77, por complicações de uma pneumonia. Deixa a mulher, quatro filhos, quatro netos e uma irmã.

A missa de 7º dia acontece neste domingo (4), às 11h, na Igreja Nossa Senhora Auxiliadora, em São Paulo

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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