Foi-se o tempo em que Dentinho(a) vivia apenas de camarões e filés de merluza. Há um mês, desde que saiu da quarentena e ganhou as águas do tanque oceânico do Aquário de Ubatuba, o tubarão-lixa de 70 cm que cresceu em um aquário caseiro em Ribeirão Preto, a 313 km de SP, recebe alimentação digna das melhores casas gastronômicas de frutos do mar.
Siris e mariscos juntaram-se aos camarões, enquanto corvina, agulha, bonita, betara, sardinha e maria-luiza agora fazem parte do cardápio de peixes que o tubarão degusta. "Todas as noites, é uma das primeiras que vem comer", conta a veterinária Veronica Takatsuka.
Para coroar a boa fase, o Aquário divulgou nesta quinta (25) o resultado do concurso para escolher o novo nome de Dentinho, assim chamado porque o antigo dono pensava se tratar de um macho.
O escolhido, entre 3.000 sugestões, foi Moana, como o da adolescente polinésia que se aventura pelos mares no filme homônimo da Disney, lançado no Brasil no início do ano.
Moana foi muito bem recebida no tanque de 80 mil litros, onde já vivem outro tubarão fêmea, da espécie mangona, raias, garoupas, xaréus, baiacus e moreias. "Não houve demonstração de agressividade de nenhum lado", diz o biólogo Henrique Alves.
Quem sugeriu o novo nome (e acertou 90% do quiz sobre a importância dos tubarões para o ambiente) foi Fernanda Gouvea da Silva de Jesus, de Caraguatatuba, que justificou assim: "Moana significa oceano ou mar profundo, originada na língua polinésia, proveniente de povos indígenas que habitavam esse lugar".
O aquário aproveitou o concurso para rebatizar a mangona, que era conhecida como Mortícia. O nome desagradava especialmente a Hugo Gallo, diretor do aquário, por associar o animal a mortes.
Pois Marcelo Silva Correa, de São Paulo, sugeriu o nome Valente ("por ela ter sobrevivido até aqui"). Os dois ganharam visita, passeios de barco e hospedagem em Ubatuba.
