Folha de S. Paulo


Polícia monta força-tarefa para buscar suspeito de envenenar família de ex

Reprodução/TV Jornal
Polícia suspeita de chumbinho no tempero usado para refeição da família.

A Polícia Civil de Pernambuco montou uma força-tarefa para investigar o suposto envenenamento de uma família inteira durante o almoço de Dia das Mães, neste domingo(14), em Camaragibe, na região metropolitana de Recife.

De acordo com a delegada que está à frente do caso, Euricélia Nogueira, foram coletadas diversas amostras na casa da família. o resultado do laudo deve sair até quarta-feira (18).

Ainda nesta segunda-feira(15) um mandato de prisão deve ser expedido contra Jesemiel, ex-namorado de Débora Soares, 20, uma das vítimas. Ela está internada na UTI do Hospital da Restauração em estado grave.

A própria irmã do rapaz procurou a família de Débora para alertá-los a não consumirem o café, uma vez que ele poderia ter envenenado o pó. Um vizinho também relatou que o rapaz teria discutido com Débora na sexta-feira (12). Procurado pela polícia em diversos locais, o suspeito não foi encontrado.

Jesemiel, também conhecido como Kiko, já cumpriu pena sob a acusação de receptação de produtos roubados.

De acordo com a perita Venja Coelho, foi identificada a presença de chumbinho – produto utilizado como raticida – no tempero utilizado para preparar o frango servido no almoço. Após a refeição, nove pessoas da família passaram mal e um gato de estimação, que também se serviu da comida, faleceu.

Débora já havia passado mal no sábado, depois de preparar o almoço que viria a ser servido no domingo. Além dela, outros cinco familiares seguem internados em hospitais de Recife e de Paulista, também na região metropolitana. De acordo com a delegada, todos ainda correm risco de morte.

Outros três familiares já foram liberados.

VIOLÊNCIA

A Folha noticiou em reportagem publicada em abril deste ano que, apenas em janeiro e fevereiro, Pernambuco registrou 974 homicídios -alta de 47% em relação ao mesmo período do ano passado e o maior número em dez anos.

Na Grande Recife, a maior parte dos assassinatos ocorre em regiões pobres e com pouca presença do Estado. Moradores dizem que a área sofre com abusos policiais e guerra entre pequenos traficantes, mas também com crimes passionais, como o caso registrado em Camaragibe.


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