Folha de S. Paulo


Doria anuncia 14 parques que serão 'iscas' em plano de concessão

Fernando Donasci - 16.jan.2014/Folhapress
Vista aérea do parque do Ibirapuera, incluído no pacote de concessões da prefeitura
Vista aérea do parque do Ibirapuera, incluído no pacote de concessões da prefeitura

A gestão João Doria (PSDB) deu o primeiro passo em seu programa de concessão de parques nesta terça-feira (9) e lançou os 14 espaços de lazer que devem servir como 'iscas' para buscar interessados na iniciativa privada.

O "Diário Oficial" desta quarta-feira (10) trará um edital para que empresas ou organizações manifestem interesse na concessão dos parques. A partir das propostas que receber, a gestão deve lançar o edital definitivo no segundo semestre.

A ideia da prefeitura é que parques considerados "premium" sejam concedidos de maneira conjunta com espaços com menor poder de atração junto à iniciativa privada.

Entre os 14 escolhidos, estão parques como Ibirapuera, Aclimação, Buenos Aires, Trianon e Chácara do Jockey, todos em bairros de classe média.

A cidade tem 107 parques, 80 deles em más condições, segundo levantamento da atual gestão.

"Procuramos parques em várias regiões da cidade, para que a gente possa medir o interesse em um ou mais parques", disse o secretário de Desestatização, Wilson Poit.

Poit afirmou que o que pautou a escolha dos primeiros 14 locais foi o gasto da prefeitura para mantê-los –eles são responsáveis por 40% do orçamento para parques na cidade, de R$ 180 milhões. "Os 14 parques foram escolhidos por motivos de custeio. O corte é de R$ 1,5 milhão para cima. O que tem mais custo é o Ibirapuera, cerca de R$ 29 milhões para 2017", disse.

ELITIZAÇÃO

Os critérios estabelecidos são que a entrada dos parques seja gratuita, que as organizações assumam todas as despesas para manter os equipamentos e façam investimentos. Como contrapartida, poderão obter ganhos com restaurantes e lanchonetes, aluguel de bicicletas e outros itens, wi-fi e a realização de shows patrocinados (sempre gratuitos).

Doria nega que isso possa resultar num processo de elitização dos serviços dentro dos parques. "Há leis de mercado, independentemente dos critérios que forem colocados, ninguém vai pagar R$ 50 num estacionamento. Não há a menor hipótese de elitizar procedimentos e cobrar a água de coco a R$ 100", disse.

Sobre os interessados na concessão, Doria afirma que até pessoas físicas poderão assumir os parques, desde que tenham condições de mantê-los.

Uma organização formada por empresários vizinhos ao Ibirapuera se mobilizou por uma terceira via na administração do parque. O grupo não quer nem a burocracia lenta da prefeitura nem uma concessão a uma só empresa.

Formada por um grupo de amigos do parque, a organização reúne do publicitário e colunista da Folha Nizan Guanaes ao empresário João Paulo Diniz, além de diretores de bancos como Santander, BMG e Alfa.


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