Folha de S. Paulo


Adelino de Aquino Neto (1949-2017)

Mortes: Um leão de muitos gols e fidelidade ao Treze

Mário Vinícius Carneiro
Adelino de Aquino Neto (1949-2017)
Adelino durante homenagem em 1979

"Esse não dá pra vaqueiro não, o negócio dele é a bola", repetiam os irmãos de Adelino sempre que o garoto fugia da lida no sítio em Mossoró (RN). E eles estavam certos.

Bom de bola, o menino chegou a ser contratado por uma usina de sal da cidade durante a adolescência, só para representá-la no campeonato municipal de futebol de salão.

Foi em um desses jogos que representantes do clube paraibano Treze o encontraram. A proposta era jogar futebol de campo, mas Adelino não teve dúvida. Sozinho, aos 17 anos, arrumou as malas e seguiu para Campina Grande.

O encantamento foi tanto que não deixou mais a cidade ou o Treze. Com exceção de um período no Sampaio Corrêa, do Maranhão, nos anos 1970, mas que não durou um ano. Ele logo estava de volta.

Tornou-se o segundo maior artilheiro do Treze, com 151 gols, e igualou a marca de Pelé com oito gols em uma única partida. A façanha aconteceu em 1979, contra o Nacional de Cabedelo, pelo Campeonato Paraibano -o jogo acabou em 13x0. Acabou ganhando o apelido de Leão do Galo.

Assim como outros jogadores da época, Adelino começou a se achar velho para o esporte antes mesmo dos 30. Aposentou-se, prometendo nunca mais jogar futebol. Mas o de campo, já que manteve até recentemente os jogos de futsal às quartas com amigos.

Nas décadas seguintes, dedicou-se à oficina que herdou do sogro, à família e aos jogos do Treze. "Metódico e tranquilo", resume o filho Adriano.

Morreu dia 3, aos 67, após complicações em decorrência de uma úlcera. Deixa mulher, dois filhos e dois netos, além de uma netinha a caminho.

Mário Vinícius Carneiro
Adelino (na fila de trás, à dir.) com o time do Treze, em 1975
Adelino com o time do Treze, em 1975

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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