Folha de S. Paulo


Metroviários de SP prometem greve para sexta contra aumento de jornada

Os metroviários de São Paulo decidiram fazer uma paralisação de 24 horas na próxima sexta (5) contra o aumento de jornada de trabalho. Se confirmada, essa será a terceira vez no ano que os funcionários do Metrô paulista param de trabalhar.

Alex Santana, diretor do Sindicato dos Metroviários, afirma que o Metrô quer ampliar a jornada de trabalho, de forma unilateral, prejudicando a escala de vários funcionários.

"O Metrô está aumentando a jornada com um intervalo de uma hora de forma autoritária provocando vários transtornos aos metroviários. Por isso, a categoria faz movimento para resistir a isso", disse Santana.

De acordo com o sindicato da categoria, a decisão da suspensão das atividades foi decidida em uma assembleia realizada na noite desta terça (2). Contudo, uma nova assembleia será realizada nesta quinta (4) para confirmar ou não a interrupção do serviço.

Em nota, o Metrô afirma que "conta com a sensibilidade e o bom-senso do Sindicato dos Metroviários do Estado de São Paulo no sentido de evitar mais transtornos à população". Leia a nota na íntegra abaixo.

Eduardo Knapp-28.abr.2017/Folhapress
Movimento na estação Trianon-Masp após o retorno da circulação de trens da linha 2-verde na grave da última sexta (28)
Movimento na estação Trianon-Masp após retorno da circulação de trens da linha 2-verde

"O sindicato sempre lutou pela manutenção dos 30 minutos e propôs ao Metrô que momentaneamente a intrajornada [intervalo] de uma hora ocorresse dentro das jornadas atuais. Lamentamos as mentiras divulgadas pela empresa", diz, em nota, o sindicato.

O Metrô paulista tem cerca de 9.200 funcionários, sendo que dois terços deles estão diretamente envolvidos na operação dos trens e estações, e transporta cerca de 4 milhões de pessoas (média mensal de 2016) pelas linhas 1-azul, 2-verde, 3-vermelha, 5-lilás e 15-prata.

Os metroviários já realizaram duas paralisações em 2017: uma no dia 15 de março e na última sexta (28). Em ambas, os funcionários do Metrô apoiaram a greve geral convocada por centrais e movimentos sociais contra as reformas da Previdência e das leis trabalhistas.

-

Leia a nota do Metrô na íntegra.

O Metrô conta com a sensibilidade e o bom-senso do Sindicato dos Metroviários do Estado de São Paulo no sentido de evitar mais transtornos à população. Para isso, já entrou com Ação Cautelar com pedido de liminar no Tribunal Regional do Trabalho para assegurar o plano de contingência.

Mesmo após acordo com a entidade representante dos trabalhadores, a companhia precisou fazer uma alteração na jornada de mais de 5 mil empregados operacionais na última segunda-feira, 1º de maio, fim do prazo concedido pela Justiça do Trabalho ao Metrô para aplicar a medida.

Em entendimento para manter o intervalo remunerado intrajornada de meia hora, empresa e sindicato celebraram um acordo coletivo de jornada de trabalho, no início deste ano, e aguardam apreciação da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) para obtenção de Portaria específica do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE.

A Portaria é o instrumento necessário para dar efeito ao acordo coletivo e permitir que o Metrô mantenha a política atual de escalas de trabalho e de redução do intervalo de alimentação, considerada mais benéfica, tanto pela empresa quanto pela entidade sindical que representa a categoria.

Contudo, devido ao fato de a SRTE/MTE não ter se pronunciado até esta data sobre a expedição da Portaria, o Metrô seguiu a determinação da Justiça do Trabalho e implantou o intervalo intrajornada conforme disposição legal em 1º de maio.


Endereço da página:

Links no texto: