Folha de S. Paulo


Nova geração de coreanos dá ar moderno ao Bom Retiro, no centro

Uma nova geração de imigrantes e seus descendentes têm dado uma cara moderna e sofisticada à parte coreana do Bom Retiro (região central). Cafeterias, restaurantes e um comércio diversificado são os caminhos adotados por aqueles que não enxergam nas confecções o único negócio possível.

Na rua Prates, Fabiano Kim, 31 anos, toca a Bellapan Bakery, uma padaria com pães e doces especiais que agradam não só aos coreanos. "Hoje, 60% dos meus clientes são brasileiros. Tem gente que vem do Morumbi, de Santana", afirma.

Kim montou a padaria há oito anos, quando, após uma conversa em família, decidiu mudar de ramo. "A família inteira trabalhava com confecção. Era uma concorrência muito grande. Pensei 'não é legal ter um plano B?' Como minha mãe faz pães, decidimos pela padaria", diz.

A 800 metros da padaria, há uma cafeteria no estilo de Gangnam, bairro rico de Seul, capital sul-coreana. "Queremos oferecer cafés especiais para todo tipo de público", afirma Boran Um, 26, dono do Um Coffee, aberto em 2016.

Mas se a onda de modernidade no Bom Retiro é bem vista por comerciantes e frequentadores, sobram queixas a respeito da falta de limpeza e de segurança na região.

Os coreanos também se dividem sobre a proposta de dar ao bairro o apelido de "Little Seul" ("pequena Seul", em português), como sugeriu João Doria (PSDB) em sua recente visita à capital sul-coreana.

"O Bom Retiro cresceu com a ajuda de muitos povos. Seria como ignorar as outras culturas e tradições, como a judaica", diz a designer Natália Pak, 30 anos.


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