Folha de S. Paulo


Com crise na segurança, PE volta a ter recorde de homicídios em março

Pernambuco voltou a registrar recorde de homicídios em março deste ano. Divulgado neste domingo (16) pela gestão Paulo Câmara (PSB), relatório aponta que houve 548 mortes violentas no Estado no mês –uma média de 18 por dia.

Conforme mostrou a Folha neste domingo, Pernambuco vive uma crise de violência : altíssimo índice de assassinatos e uma onda de assaltos a ônibus. Somando os três primeiros meses do ano, os assassinatos já chegam a 1.522.

Esse foi o mês de março mais violento no Estado desde 2007. Naquele ano, o então governador Eduardo Campos (PSB) implantou o programa de redução de homicídios Pacto Pela Vida.

O projeto tinha como meta reduzir os assassinatos em 12% ao ano. Até 2013, Pernambuco teve quedas nesse tipo de crime.

Há quatro anos, porém, os índices de violência voltaram a subir. No primeiro trimestre deste ano, houve crescimento 44% de assassinatos em relação ao mesmo período do ano passado. Os crimes saltaram de 1.056 naquele período para 1.522 neste ano.

Violência em Pernambuco

O governo Paulo Câmara culpa parte da escalada da violência a uma operação padrão da Polícia Militar.

Desde dezembro, a PM faz uma operação que diminui o número de homens nas ruas. Os policiais reivindicam que seus salários sejam equiparados aos dos policiais civis –cerca de R$ 6.000.

Para aumentar os agentes nas ruas, o Estado paga uma remuneração extra para que trabalhem durante as folgas. Agora, durante a operação padrão, os policiais se recusam a fazer esse "bico" oficial.

Tanto policiais civis quanto militares também reclamam de falta de estrutura e falta de efetivo.

O governo afirma que concedeu reajustes "significativos" para as polícias em 2017 –entre 25% e 40%. Na semana passada, Paulo Câmara anunciou investimento de R$ 290 milhões em segurança pública até 2018.

O governador também anunciou a contratação de 4.800 policiais militares, 140 delegados e 600 policiais civis –parte desse efetivo ainda neste ano.


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