Folha de S. Paulo


Doria ataca Amazon e reúne empresários concorrentes para doação

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), voltou a atacar a Amazon, gigante americana de vendas na internet. Em evento nesta quarta-feira (29), o tucano chamou a empresa de "aproveitadora" e "oportunista".

Em campanha publicitária para divulgar o Kindle –leitor eletrônico de livros, que pertence ao grupo–, a Amazon questiona os "muros cinza" da cidade, em alusão à decisão do prefeito de apagar grafites existentes até o início do ano na avenida 23 de Maio.

"Foi uma atitude oportunista, que eu refuto. A empresa não teve o discernimento de retirar o vídeo, ela deveria ter retirado o vídeo [do ar]. O correto era retirar", afirmou Doria nesta quarta. O prefeito já havia publicado um vídeo em sua rede social reclamando da propaganda da empresa americana

Vídeo da Amazon

Durante o evento, empresas e editoras anunciaram doação de livros à prefeitura. Doria deu a palavra para todos os empresários presentes, que fizeram propagandas de suas empresas para os jornalistas.

Em um discurso ensaiado, todos afirmaram que a iniciativa das doações foram deles, e não de Doria.

A livraria Saraiva, concorrente da Amazon, anunciou que doará 10 mil livros. Segundo a livraria, as obras serão voltadas ao público infantil.

Já a empresa Comic Con Experience, que realiza um evento anual de cultura pop, também anunciou a doação de 200 mil exemplares. No entanto, os livros devem chegar apenas em dezembro —eles devem ser arrecadados no próximo evento do grupo.

Diretor da empresa, Pierre Mantovani usou seu tempo de fala para pedir ajuda da prefeitura para a realização de seu evento nerd.

"A gente quer transformar São Paulo na capital geek do mundo e a maior fonte de turismo do município. Mas é impossível a gente fazer isso sem ajuda de vocês. Depois a gente queria conversar com vocês sobre esse potencial", disse.

Doria sempre afirmou que doações de empresas à prefeitura não terão contrapartida. Questionado se ajudaria a Comic Con Experience, afirmou que sim, mas "sem gastar dinheiro público".


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