Folha de S. Paulo


George Olivier Toni (1926-2017)

Mortes: Criou orquestras e escolas de música em São Paulo

Não fosse o maestro Olivier Toni, São Paulo talvez não tivesse uma Escola Municipal de Música, um departamento de música na sua maior universidade ou algumas orquestras importantes.

É ele um dos responsáveis por fundar a Orquestra Sinfônica da USP, a Orquestra de Câmara da USP e a Orquestra Sinfônica Jovem Municipal.

O departamento de música da USP e a Escola Municipal criou porque dizia que aprender música com professores particulares, como ele fizera, priva o aluno de aspectos fundamentais do ensino: a prática em conjunto e a convivência com outros músicos.

Olivier Toni é considerado nome fundamental na profissionalização da prática e do ensino de música no Brasil.

Participou ainda da fundação da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) e regeu orquestras no Brasil e exterior. Como professor, orientou nomes importantes, como Régis e Rogério Duprat e Willy Corrêa de Oliveira.

Fagotista, escolheu tocar o instrumento porque "era pobre, como 99% dos músicos, e precisava de um instrumento de orquestra, para ter trabalho", conta a filha Cláudia.

Por isso não quis que os filhos seguissem na área. Sem sucesso: aposentado, deu até para os netos aulas teóricas de harmonia e composição. Compositor disciplinado, aliás, escrevia todos os dias, até o fim da vida, diz a filha.

Sua última obra, "Navio Negreiro", baseada no poema de Castro Alves, foi executada pela última vez uma semana antes de sua morte –no sábado (25), aos 90, por problemas decorrentes de um câncer. Deixa a mulher, Maria Helena, três filhos e quatro netos.

Heloisa Bortz/Arquivo pessoal
George Olivier Toni (1926-2017)
George Olivier Toni (1926-2017)

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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