Folha de S. Paulo


Suspeitos de roubo são baleados pela polícia na praça Roosevelt, em SP

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Quatro homens foram baleados por policiais civis na saída do túnel conhecido como "Buraco da Minhoca", sob a praça Roosevelt, centro de São Paulo, na tarde desta quarta-feira (15).

Segundo a Polícia Civil, o grupo pertence a uma quadrilha de roubos de relógio que estava sendo investigada pela 6ª Delegacia do Patrimônio do Deic (Departamento de Investigações Criminais) havia alguns dias.

De acordo com os policiais, na tarde desta quarta, seis investigadores em dois carros faziam campana no aeroporto de Congonhas para flagrar a ação da quadrilha –que já havia sido inclusive filmada pela equipe quando rondavam o aeroporto atrás de vítimas na semana passada.

Avener Prado/Folhapress
SÃO PAULO, SP, BRASIL, 15-03-2017: Ocorrencia policial na praça Roosevelt acaba com um suspeito morto. (Foto: Avener Prado/Folhapress, COTIDIANO) Código do Fotógrafo: 20516 ***EXCLUSIVO FOLHA***
Quatro homens foram baleados por policiais civis na praça Roosevelt

Durante a ação, os policiais viram os assaltantes saindo da região de Congonhas. Três estavam num Chevrolet Prisma, dois num Palio e um numa moto 125 cc.

Eles foram seguidos pela zona sul, 23 de Maio e Ligação Leste-Oeste até ao acesso à rua da Consolação, sob a praça Roosevelt.

Quando o trânsito parou no túnel, o homem que estava na moto pegou uma bolsa que estava com os comparsas no Palio e se dirigiu até um táxi. No banco de trás estaria a vítima da tentativa de roubo, que também vinha de Congonhas em direção a Higienópolis (zona oeste).

Quando a porta traseira do táxi estava sendo aberta, os policiais armados com pistolas e metralhadoras desceram do carro e abordaram os ladrões.

O da moto virou e apontou sua arma contra um dos policiais, que atirou. O carro Palio arrancou e fugiu. A taxista também partiu com o veículo. A vítima não foi localizada.

Os demais policiais desceram dos carros e também atiraram contra o Prisma (havia sete buracos no vidro dianteiro).

De acordo com os investigadores envolvidos na ocorrência, o motorista do Prisma desceu armado, por isso ele também foi baleado e morreu. Os demais seguem internados.

Foram achados com os ladrões duas pistolas e um revólver.

Dentro do Prisma havia também dois relógios, das marcas Invicta e Cartier.

Embora não tenham divulgado os nomes, a polícia diz que todos têm passagem por delegacias, um deles por porte ilegal de armas–flagrado na região dos Jardins.

QUADRILHA

O Deic já prendeu outros grupos especializados em roubos de relógios Rolex.

Geralmente, eles têm o mesmo modo de atuação. Homens em motos fazem a abordagem após pegarem armas com os comparsas que estão em carros. Após os roubos, assaltantes nas motos entregam tanto a arma como o relógio roubado aos comparsas dos veículos para fugir do local do crime sem nada do que foi levado e escapar de flagrante.

Três suspeitos foram encaminhados a hospitais da região, sendo que um está em estado grave, segundo a polícia.

"Nós já estávamos investigando essa quadrilha, quando nossos investigadores viram a ação deles. Eles [policiais] viram um dos homens que estavam no carro descer do veiculo e abordar um táxi", disse o delegado Fábio Sandrim.

Policiais disseram que havia uma pistola e revólveres com os criminosos.

Os tiros em plena luz do dia levaram pânico a pessoas que passavam pelo local.

Após o tiroteio, dezenas de policiais civis permaneceram no entorno do corpo explicando para os delegados envolvidos na investigação o que aconteceu.

NA CARA

Como a região central estava lotada, policiais tiveram dificuldades para preservar o local do crime, que só foi efetivamente possível quando policiais militares chegaram ao local.

Cápsulas espalhadas pelo chão foram recolhidas por pessoas que passavam por ali. O delegado teve que pedir que elas fossem devolvidas.

Em conversa entre os policiais, a reportagem ouviu que ao menos dois dos baleados sacaram armas.

"Um deles levou um tiro na cara mesmo", disse um dos policiais envolvidos na ocorrência.

Alguns policiais fizeram fotos do corpo de um dos envolvidos, e pediram que a reportagem da Folha não fotografasse ou filmasse os rostos dos investigadores.

No meio da confusão por causa do tiroteio, a manifestação da Apeoesp (sindicato dos professores estaduais) passou pela rua da Consolação causando ainda mais confusão no trânsito já complicado pelo dia de paralisações no transporte público.

15 TIROS

"Eu estava passando por aqui e ouvi muitos tiros. Uns 15. Parecia metralhadora", disse uma pessoa que passava pelo local e foi abordado pelos policiais.

"Foram muitos tiros, mas só vi o menino da moto caindo. Aí corri para dentro porque ficou perigoso", disse o segurança Weule Cristofe dos Santos Barbosa, 32.

A jornalista Daniele Aoki, 28, também estava no local. "Eu tinha acabado de falar com o motorista do Uber. Falei que estava tudo tranquilo na região, que ele não teria problema pra chegar. Então escutei os tiros. Corri pra uma loja. Depois vi as viaturas chegando na contramão", conta ela.

"Eu estava na janela e ouvi os tiros. Olhei para baixo e vi o rapaz da moto caindo", disse a dona de casa Minervina Menezes, 65, que mora num prédio em frente ao local dos tiros

Na hora dos disparos, um funcionário que prestava serviço para a Eletropaulo se jogou de um poste, a uma altura de pelo menos seis metros.


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