Folha de S. Paulo


Bixiga 70 e Elza Soares fazem shows com tons políticos no Largo da Batata

Bixiga 70 e Elza Soares fizeram show com tom político no Largo da Batata nesta segunda (27).

Já no início do espetáculo, o Bixiga falou sobre assédio em multidões e pediu para se aproximar do palco quem estivesse se sentido ameaçada. "Se virmos alguma coisa, vamos parar o show", disse um dos membros do grupo.

Ao longo do show da banda, foi possível ouvir o público gritando "fora, Temer" em pelo menos dois momentos.

Phillippe Watanabe/Folhapress
Elza Soares canta
Elza Soares canta "Volta por Cima"

No segundo, o grito foi puxado explicitamente pelo próprio Bixiga. "Não vão calar a voz das ruas", disse o grupo. "Fora, Temer."

Logo em seguida, o Bixiga 70 anunciou Elza Soares, muito aplaudida pelos presentes.

A cantora entrou no palco empurrada em uma cadeira com rodas, sobre a qual ficou durante todo seu show. Elza começou a soltar a voz com "A Mulher do Fim do Mundo".

A cantora fez uma pausa entre as músicas para falar sobre violência contra a mulher. "Mulheres, 180", disse Elza, referindo-se ao telefone da Central de atendimento à Mulher. Pelo número 180 é possível fazer denúncias de casos de violência contra mulheres.

Bixiga 70

A seguir, a cantora emendou com a música "A Carne". Um dos trechos da canção diz que "A carne mais barata do mercado é a carne negra". Depois de repetir o trecho algumas vezes, Elza falou: "Eu lutei, cheguei onde quis. A minha carne não é a mais barata. A minha carne, a minha carne negra".

Elza encerrou o show com "Volta por Cima", de Paulo Vanzolini.

A noite no Largo da Batata, contudo, foi encerrada na voz do público que, junto com a cantora, gritava "Elza, Elza", enquanto ela era retirada do palco em sua cadeira.


Endereço da página:

Links no texto: