Folha de S. Paulo


Justiça Militar do ES ordena prisão de 4 policiais por participação em motim

A Justiça Militar do Espírito Santo determinou a prisão de quatro policiais militares por participação no motim que paralisou o policiamento no Estado.

Segundo a Polícia Militar, o tenente-coronel Carlos Alberto Foresti soube do pedido de prisão neste sábado (25) e se entregou às 17h40 em Itaperuna, no Rio de Janeiro. De lá foi encaminhado para Vitória, aonde chegou neste domingo (26).

Os demais ainda não tiveram o mandado de prisão cumprido. A PM diz estar "adotando medidas para cumprir as ordens de prisão" do capitão da reserva Lucinio Castelo de Assumção, do sargento Aurélio Robson Fonseca da Silva e do soldado Maxsom Luiz da Conceição.

Assumção é ex-deputado federal e candidato derrotado a vereador pelo PMB em Vitória nas últimas eleições. Chefe do Copom (Centro de Operações da Polícia Militar), Foresti foi internado no Hospital da Polícia Militar no início do mês, depois de sofrer uma crise nervosa, após saber que policiais militares haviam sido baleados em um bairro de Cariacica, na Grande Vitoria. Ele ordenou que os PMs que trabalhavam no Copom desligassem os rádios.

Ambos já haviam sido indiciados pelo crime militar de revolta, que prevê de pena de 8 a 20 anos de prisão. No processo, serão analisadas provas e os militares podem ser absolvidos ou até demitidos da corporação.

No total, o Espírito Santo já iniciou processos punitivos —indiciamentos ou processos administrativos— contra mais de 2.800 policiais. O efetivo no Estado é de dez mil homens. No sábado, o comandante-geral da PM capixaba, Nylton Rodrigues, afirmou que a volta dos policiais ao trabalho pode amenizar a situação daqueles que são alvo de punições.

POLICIAMENTO RETOMADO

Depois de um novo acordo, as mulheres de policiais desobstruíram os batalhões e a atividade policial foi normalizada no Espírito Santo na tarde de sábado.

A saída das mulheres ocorreu após um entendimento com o secretário de direitos Humanos do Espírito Santo, Júlio Pompeu, e a adesão da CUT (Central Única dos Trabalhadores) ao movimento.

Em reunião na noite de sexta (24), ficou acertado que não serão impostos novos procedimentos punitivos aos policiais e as ações judiciais contra familiares e associações de militares podem ser suspensas.


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