Folha de S. Paulo


Com metrô interditado, Carnaval de SP no largo da Batata termina em caos

Local escolhido para servir como ponto de dispersão do Carnaval de rua paulistano, o largo da Batata abraçou o caos tão conhecido à Vila Madalena. Muito lixo no chão, foliões embriagados, estação de metrô interditada, relatos de furtos e carros desorientados esperando por uma hora para sair dali compõem o cenário da noite deste sábado (18).

A prefeitura instalou um palco no largo da Batata com o objetivo de atrair a dispersão para o ponto e permitiu que a patrocinadora, Skol, armasse ali uma roda-gigante.

Desde as 14h em blocos na Vila Madalena, a autônoma Daniele Luna, 31, tentava ir para casa, em São Miguel (zona leste) quando se deparou com a estação de metrô Faria Lima interditada. "Estou doida para ir embora, cansada, e ninguém avisa que está fechado", dizia.

O caos era tanto que a aposentada Ilma Oliveira, 62, do lado de dentro da estação, contava ter desistido de sair dali. "Eu não vou nem sair, vou voltar", lamentava ela, que vinha da praça da República (centro) em direção a Pinheiros para compromissos sem ligação com o Carnaval. Um segurança do metrô disse que era apenas "controle de fluxo".

No meio da multidão que está bebendo e quebrando garrafas de vidro no chão do largo, carros tentavam passar, sem sucesso.

"Não havia bloqueio de onde vim", reclamava o motorista de Uber Rafael Carvalho, 33, há uma hora sofrendo para tentar sair da região. "Não tem condições."

Assustada, a psicóloga Nadia dos Anjos, 61, pedia ajuda para foliões, que brincavam com seu carro. "Estou desesperada, não tem quem me ajude, não tem orientações, policiais, nada. Estou com uma senhora de 90 anos tentando ir para o Morumbi [zona oeste]", dizia. "Vim da Vila Madalena. Não tinha para onde sair e fui seguindo uma fila de carros."

OUTRO LADO

O prefeito regional de Pinheiros, Paulo Mathias, diz que "desde o início o processo de limpeza no largo da Batata estava marcado para meia-noite".

"Passaram por ali mais de 700 mil pessoas, segundo a PM, é óbvio que vamos ter sujeira", diz. O último show no largo da Batata está marcado para as 23h, quando a dispersão ali deve começar, segundo Mathias.

"Está tudo muito bem pensado e organizado nesse sentido. O processo de dispersão já começou na Vila Madalena", afirmou ele às 21h30.

A ViaQuatro, empresa que opera a linha 4-Amarela, diz que não houve interrupção do funcionamento da linha, mas as estações Fradique Coutinho e Faria Lima tiveram que ter acessos fechados para o controle de fluxo de passageiros.

Há dois acessos em cada uma das estações, sendo que em ambas houve fechamento de um deles. Mas os acessos principais ficaram abertos.

O procedimento, diz a empresa, é comum em dias de grandes aglomerações para garantia de segurança dos passageiros.

Ainda segundo a companhia, apesar do grande fluxo, não houve nenhum registro de ocorrências até as 20h30.

CARNAVAL EM SP

A cidade terá um final de semana agitado, com 170 desfiles espalhados por diversas regiões neste sábado (18) e domingo (19).

A programação inclui blocos de manhã até a noite e será um teste para a infraestrutura montada pela gestão João Doria (PSDB) para 2017, incluindo restrições em áreas como miolo da Vila Madalena (zona oeste), Minhocão e praça Roosevelt (centro).

A prefeitura também decidiu montar palcos para shows no Anhangabaú e no largo da Batata, que funcionarão até as 23h para atrair os foliões dispersos dos blocos.

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