Folha de S. Paulo


Doria, pichação e marginais: confira 8 curiosidades da pesquisa Datafolha

Quem são os paulistanos que mais aprovam João Doria (PSDB) e o aumento das velocidades nas marginais? Qual é a principal preocupação do morador da capital paulista e o que ele pensa sobre pichações e grafites?

Pouco mais de um mês após o início da gestão tucana, o Datafolha entrevistou 1.092 pessoas com 16 anos ou mais na cidade de São Paulo para ouvir opiniões sobre a nova administração.

Constatou que 44% consideram que o prefeito, eleito no primeiro turno, está fazendo uma gestão boa ou ótima. Outros 33% avaliam seu governo como regular, 13%, como ruim ou péssimo, e 10% não opinaram.

Abaixo, veja outras curiosidades da pesquisa, que ocorreu nos dias 8 e 9 de fevereiro e tem margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

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1. Adeptos do PT acham que Doria será melhor que Haddad

A maioria dos paulistanos (63%) acha que Doria fará um governo melhor do que seu antecessor, o petista Fernando Haddad, e essa tendência não é diferente entre os que declaram ser o PT seu partido de preferência.

Segundo a pesquisa, 38% dos adeptos da legenda acreditam mais no trabalho do novo prefeito –outros 32% acham que a gestão será pior e 24%, que será igual.

Moacyr Lopes Junior/Folhapress
O prefeito Fernando Haddad (PT) em encontro com prefeito eleito João Doria (PSDB)
Fernando Haddad (PT) em encontro com João Doria (PSDB)

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2. Aprovação é maior entre os de meia-idade, mais escolarizados e mais ricos

A aprovação à gestão Doria fica acima da média na faixa etária entre 35 e 44 anos (54%) e na parcela que tem curso ensino superior (55%) e é mais rica –a avaliação ótima ou boa é de 52% entre os que têm renda familiar de cinco a dez salários mínimos e de 66% entre os que têm renda superior a isso.

Datafolha avaliação Doria

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3. Índice de satisfeitos com a cidade sobe de 24% para 39%

Nos primeiros 30 dias da gestão Doria, a população se mostra mais realizada em viver na cidade de São Paulo –o índice de paulistanos satisfeitos é de 39%, ante 24% em julho do ano passado.

Hoje quase metade (48%) diz estar um pouco satisfeita, e 13%, nada satisfeitos. Em 2016, essas taxas eram, respectivamente, de 45% e 31%.

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4. Saúde continua sendo a principal preocupação do paulistano

Apesar da boa aprovação do programa Corujão da Saúde –que prevê exames no período da noite na rede privada–, a área de saúde permanece no topo do ranking de preocupações dos paulistanos.

É o principal problema da cidade para 29% dos entrevistados, à frente de segurança (19%), transporte (10%), desemprego e enchentes (8%), educação (6%) e limpeza (4%). Em setembro de 2015, a saúde também era considerada a pior área, com índice de 32%.

Opinião dos paulistanos sobre o programa de ampliação de exames (em %)

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5. Mais velhos reprovam mais os grafites

Os grafites na cidade têm a aprovação de 85% dos paulistanos. Se apenas 13%, em média, dos que têm entre 16 e 59 anos de idade os reprovam, esse número sobe para 24% entre os que têm 60 anos ou mais.

No quesito pichação, no entanto, a rejeição é parecida: é de 97% no geral, variando de 92% a 99% nas faixas etárias pesquisadas.

Eduardo Knapp/Folhapress
Sao Paulo, SP, BRASIL, 20-01-2017: ***Especial Aniversario de SP. Cidade Ociosa*** Vista do predio da Praca das Artes no Vale do Anhangabau mostrando o tapume com grafites de obra interna que ainda nao esta concluida (Foto: Eduardo Knapp/Folhapress, COTIDIANO).
Grafites em prédio na Praça das Artes, no Vale do Anhangabaú

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6. Nove em cada dez são a favor de grafite em áreas privadas

Os paulistanos se mostram favoráveis ao grafite tanto em áreas públicas como privadas da cidade. São 88% os que defendem a liberação das pinturas em propriedades particulares com o aval dos donos (e 10% contra). No caso dos prédios ou muros sob responsabilidade da prefeitura, 59% são a favor e 38%, contrários.

Moradores do centro são os mais resistentes à prática: 15% rejeitam a liberação de grafites em propriedades privadas, ante uma média de 10% no resto da cidade. Em prédios públicos, 47% deles são a favor, perante uma média de 60% nas outras regiões.

Opinião dos paulistanos sobre zeladoria, pichações e grafites (em %)

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7. Mudança nas marginais é mais aprovada entre os mais escolarizados

São a favor do aumento dos limites máximos de velocidade nas marginais 62% dos entrevistados com curso superior. O número cai para 53% entre os que concluíram o ensino médio e para 56% entre quem fez até o ensino fundamental.

Além disso, a nova regra tem muito mais adeptos entre quem dirige na cidade (71%) do que entre quem não dirige (45%).

Nelson Antoine/Folhapress
SAO PAULO, SP, 24.01.2017: COTIDIANO-NOVAS VELOCIDADES MARGINAIS - Funcionarios da Prefeitura realizam a troca das placas de velocidades maximas da Marginal Pinheiros durante a madrugada desta quarta feira. A liminar que proibia o aumento da velocidade nas marginais caiu na tarde de ontem. A partir da 0h desta quarta, as velocidades aumentam de 70 km/h para 90 km/h (pista expressa), de 60 km/h para 70 km/h (central), e 50 km/h para 60 km/h (local). (Nelson Antoine/Folhapress, COTIDIANO) ***EXCLUSIVO FOLHA***
Funcionários da prefeitura trocam placas de velocidades na marginal Pinheiros durante a madrugada

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8. Apoio a novas velocidades cai para 29% entre eleitores de Haddad

A aprovação ou reprovação do aumento dos limites nas marginais tem forte relação com o voto dos paulistanos nas eleições municipais de outubro de 2016.

Entre os que votaram em Doria, 73% são a favor das velocidades maiores. Já entre os eleitores de Haddad, o número cai para 29%. Isso mostra a influência que a promessa de campanha do tucano de elevar os limites nas vias pode ter tido nas urnas.

Opinião dos paulistanos sobre o aumento nos limites de velocidade (em %)


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