A maioria dos paulistanos aprova o programa de zeladoria da gestão João Doria, mas considera que ele ainda não mudou a cara da cidade, aponta pesquisa Datafolha.
Desde que assumiu a prefeitura, em 1º de janeiro, Doria colocou a zeladoria (varrição de ruas, poda de árvores e pintura de muros pichados, por exemplo) como prioridade da administração.
Opinião dos paulistanos sobre zeladoria, pichações e grafites (em %)
Ele dedicou ao tema boa parte de seus compromissos diários e, já no 2º dia como prefeito, vestiu-se de gari na região central –gesto que repetiu algumas vezes. A zeladoria havia sido uma das principais críticas dos paulistanos à gestão anterior, do petista Fernando Haddad.
Segundo o Datafolha, o Cidade Linda é considerado ótimo ou bom por 59% dos paulistanos. Para 20%, é regular, e só 11% avaliam o projeto como ruim ou péssimo.
Apesar da aprovação ao programa, a maioria (51%) considera que as medidas ainda não surtiram efeito e que a cidade segue igual.
GUERRA AOS PICHADORES
Nesses pouco mais de 40 dias como prefeito, Doria também elegeu a pichação como inimiga da cidade e atacou os pichadores, repetindo que todos eles são "bandidos". O tucano trabalha para aprovar na Câmara Municipal um projeto de lei, já avaliado em primeiro turno pelos vereadores, que endurece a punição para quem pichar muros da cidade.
O texto final ainda passará por mudanças e deve prever multa de R$ 5.000 para quem for pego pichando –no caso de reincidência, a autuação chegará a R$ 10 mil.
Também está previsto que os responsáveis pelos atos terão de pagar pelos reparos à pichação. Outra ideia, se não tiver condições de pagar a multa, o pichador poderá prestar serviços comunitários, trabalhando em serviços como a limpeza urbana ou a jardinagem da cidade.
Para 61%, segundo o Datafolha, o aumento da punição não vai acabar com a pichação –35% acreditam que sim.
Em meio à essa cruzada, a maior parte também reprovou uma das mais simbólicas ações do Cidade Linda até aqui: a ordem de Doria para pintar de cinza muros da av. 23 de maio cobertos por grafites de artistas renomados.
Para 61% dos entrevistados, Doria agiu mal ao apagar as obras de grafite na avenida –31% disseram que ele fez bem. Depois de críticas de artistas, o tucano afirmou que a prefeitura vai criar áreas restritas para que grafites sejam pintados com autorização do poder público ou de proprietários de imóveis.
Segundo o Datafolha, 52% dos entrevistados concordam que as pinturas devem ter lugares separados –outros 45% disseram que os grafites devem ser liberados em qualquer local da cidade.
Para 59%, grafites deveriam ocupar áreas e prédios públicos administrados pela Prefeitura de São Paulo.
A pesquisa Datafolha também mostra que o paulistano gosta de grafite e odeia pichação: 85% são favoráveis a grafites em muros e fachadas e 97%, contrários às pichações.
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