Numa folha qualquer, Ana Queila Galli desenhava um sol amarelo, histórias da Turma da Mônica e campanhas publicitárias que até hoje são lembradas pelos mais velhos.
Uma delas é a propaganda de lápis para colorir da Faber Castell que usava a música "Aquarela", de Toquinho. Também participou de outras animações clássicas em comerciais dos anos 1980 e 1990, como a da Galinha Azul da Maggi ou do cotonete Johnson & Johnson.
Mas a maior parte da carreira da ilustradora e animadora foi na Maurício de Sousa Produções, onde trabalhou em edições especiais e produções animadas da Turma da Mônica. Fazia a alegria da molecada da família, conta a sobrinha Tatiana, já que o que não faltava em casa era gibi.
A família toda tem vocação para a arte, diz Tatiana, mas só Queila seguiu profissionalmente no desenho, que deixou de ser um hobbie quando ela, ainda adolescente, venceu um concurso de artes plásticas e pôde expor um trabalho na Bienal de São Paulo.
Gostava tanto do cantor Guilherme Arantes que batizou o único filho que teve em sua homenagem.
Nos anos 1980, sofreu um grave acidente de carro. Em uma transfusão de sangue, contraiu hepatite C. O vírus ficou inativo por décadas mas, nos últimos anos, a doença começou a se manifestar, prejudicando o funcionamento de seu fígado.
Morreu no sábado (4), aos 53 anos, por complicações da hepatite. Deixa o filho, Guilherme, irmãos e sobrinhos. No sepultamento, no domingo (5), foi enterrada sob o coro da família e dos amigos, que cantaram "Aquarela".
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