Folha de S. Paulo


Próximo à Fiesp, trecho da av. Paulista é manchado com tinta colorida

Rogerio de Santis/Futura Press/Folhapress
Trecho da avenida Paulista, próximo à sede da Fiesp, amanhece manchado com tintas coloridas
Trecho da avenida Paulista, próximo à sede da Fiesp, amanhece manchado com tintas coloridas

Um trecho da avenida Paulista amanheceu nesta quinta-feira (26) com manchas coloridas no asfalto. Ainda não se sabe quem jogou a tinta na via.

A "intervenção artística" ocorre em meio à "guerra do spray", que teve início após o prefeito João Doria (PSDB) dizer que faria uma campanha contra pichação.

As manchas estão em um trecho da avenida logo depois do prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) na altura do cruzamento com a rua Pamplona, sentido Paraíso.

Em nota, a prefeitura afirmou que a lavagem do asfalto será realizada na madrugada desta sexta-feira (27), para não atrapalhar o tráfego na região.

"GUERRA DO SPRAY"

Na semana passada, a "guerra" tomou corpo com o anúncio de que a prefeitura apagaria grafites do corredor da avenida 23 de Maio –onde antes formavam um painel contínuo de 5,4 quilômetros de extensão. O tucano apagou pichações na via pintando-as de cinza, como parte de seu programa de zeladoria urbana.

Em seu aniversário, São Paulo amanheceu com pichações e protesto contra o tucano, que respondeu endurecendo o tom contra pichadores e defendendo "multa pesada" para eles –a quem chamou de "agressores" e "destruidores".

Parte do mural de Eduardo Kobra (artista frequentemente elogiado pelo prefeito) na avenida 23 de Maio, um retrato antigo da cidade em preto e branco, foi pintada de cinza –uma alusão à decisão do prefeito. Um lambe-lambe com Doria segurando um compressor foi colocado à parede, como se ele fosse responsável pela tinta cinza apagando o grafite.

Paulista, 125

CACHÊ PARA GRAFITEIROS

Depois de receber críticas de artistas urbanos e de ser vaiado em evento no aniversário de São Paulo, o prefeito João Doria (PSDB) lançou nesta quinta-feira (26) um projeto que prevê remunerar grafiteiros e pagar suas tintas, como parte de um museu a céu aberto espalhado pela cidade.

O programa começará pela região do Baixo Augusta, no centro da capital, e será reeditado a cada três meses em um bairro diferente. "Como serão várias áreas da cidade, creio que teremos oportunidade de abrigar vários desses artistas, de maneira escalonada", disse Doria.

A gestão de Fernando Haddad (PT) havia pago cachê de R$ 2.000 por obra aos 450 grafites na avenida 23 de Maio, que a gestão Doria apagou alegando que estavam pichados. A prefeitura passou a ser alvo de críticas por isso.


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