Folha de S. Paulo


Domício Scaramella (1932-2017)

Mortes: Um professor nato e fascinado por ópera

Arquivo Pessoal
Domício Scaravella (1932-2017), à direita, com o filho Domício e a neta Sophia
Domício Scaramella (1932-2017), à direita, com o filho Domício e a neta Sophia

A grande felicidade da vida de Domício Scaramella era lecionar. Formado em três cursos diferentes de ensino superior (foi membro da primeira turma de direito no Mackenzie e concluiu ainda administração e jornalismo), Domício atuou por 35 anos como fiscal da Receita, mas era na sala de aula que se realizava.

Ensinava direito tributário, sua especialidade. O que mais gostava, no entanto, era de dar aulas de ética. O consenso entre seus alunos era que o professor, por dominar os temas dos quais tratava, fazia-se entender com facilidade.

A abordagem didática, sempre com muitos exemplos em linguagem figurada, facilitava a apreensão dos conteúdos mais espinhosos.

Chegou a dar aulas em quase dez faculdades diferentes. "Era algo visceral, ele precisava fazer aquilo da vida", diz a mulher, Dinah. Só se entristeceu ao ser dispensado da última delas, há cerca de quatro anos.

Foi aí que realizou o sonho de ter a sua casa na praia em Peruíbe (SP), onde viveu nos últimos 18 anos com Dinah. Em julho próximo, completariam 60 anos de casados, e planejavam uma viagem para a Itália como comemoração.

Amante de óperas clássicas, tinha uma vasta coleção de vinis com o melhor de compositores como Giuseppe Verdi e Giacomo Puccini nas vozes de tenores como Enrico Caruso, Luciano Pavarotti e Plácido Domingo.

Morreu por insuficiência respiratória em decorrência de um câncer no cérebro, no dia 15. Deixa a mulher, o filho Domício e a neta Sophia. Entre seus últimos desejos estava o de ser cremado e ter a sua morte noticiada em algum jornal.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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