Folha de S. Paulo


Grupo protesta contra Doria em cerimônia de aniversário de São Paulo

Manifestantes protestaram contra o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), na manhã desta quarta-feira (25), aniversário de 463 anos da capital paulista.

Houve confusão e um grupo de jovens que gritavam palavras de ordem contra o tucano tentaram impedir a saída do carro do prefeito. O motorista, no entanto, acelerou o veículo, rasgando uma faixa de protesto.

O protesto ocorreu na praça da Sé, centro da cidade. Momentos antes, Doria e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) participavam de uma cerimônia em homenagem a São Paulo na catedral da Sé.

Os manifestantes (dezenas, a maioria jovem) afirmavam que Doria pratica uma "política higienista". Em uma das faixas estava escrita a frase "Cidade Linda para quem?" —referência ao programa de zeladoria do tucano.

O tumulto começou quando Doria se preparava para deixar a catedral. Alguns jovens estenderam uma faixa de protesto em frente ao Audi usado pelo tucano.

Os manifestantes jogaram garrafas no veículo e chutaram alguns cones. Em seguida, o carro do prefeito conseguiu deixar o local. Um segurança que acompanhava a saída de autoridades do evento chegou a colocar a mão na cintura, mas não sacou nenhuma arma. Segundo a gestão Doria, ele não faz parte da equipe da prefeitura.

Antes da cerimônia, outro grupo —cerca de 250 membros de movimentos sociais— também protestou contra o prefeito, mas não houve confusão.

Mais cedo, uma estátua do apóstolo Paulo, no meio da praça da Sé, foi pintada com tinta vermelha. Pedro Amaral Souza, um jornalista de 26 anos, foi detido pelo ato. Ele é filho do diretor-geral do Instituto Rio Branco, José Estanislau do Amaral Souza Neto. A reportagem tentou entrar em contato com o embaixador por meio do Instituto Rio Branco –sua secretária afirmou que ele não se pronunciaria sobre o assunto.

Consta no boletim de ocorrência que o jornalista pichou o monumento, arremessando também cascas de ovo. "Indagado, o autor disse que estava protestando contra diversas ações políticas e realizando intervenção artística, mas que protestava principalmente contra o prefeito", diz o documento. Ele foi liberado após assinar o termo circunstanciado.


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