Folha de S. Paulo


Agentes penitenciários do Rio ameaçam entrar em greve nessa terça

Os agentes penitenciários do Rio de Janeiro decidiram, em assembleia realizada nesta segunda (16), entrar em greve a partir da meia-noite de terça (17). De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Penal do Rio de Janeiro, Gutemberg de Oliveira, apenas os serviços essenciais como alimentação, emergência médica e alvará de soltura de presos serão mantidos. O recebimento de visitas, novos presos e o encaminhamento de detentos para varas criminais serão suspensos.

Sem o pagamento das horas extras do segundo semestre de 2016 e também sem as gratificações por metas desde 2015, os agentes reclamam ainda o pagamento do salário de dezembro e do 13º. Eles prometem permanecer assim até a próxima segunda (23), quando haverá uma nova assembleia.

Os agentes também reclamam das más condições de trabalho –ao UOL, dois agentes relataram sob a condição de anonimato uma rotina de insegurança e pressão. "Tem presídios com 3.000 pessoas e um efetivo de oito, nove, dez pessoas trabalhando em um dia bom", afirmou um agente.

Também na noite desta segunda, a Polícia Civil decide em assembleia se inicia ou não uma paralisação. Na quarta-feira (18), a Associação dos Bombeiros Militares fará assembleia extraordinária para tratar do tema.

A Secretaria de Fazenda informou que o salário de dezembro dos servidores da segurança pública deve ser depositado até o fim da semana, mas não soube informar quando o restante dos funcionários irá receber. Até o momento, apenas os professores tiveram o 13º, pago com recursos do Ministério da Educação, depositado. O restante dos servidores teve o salário de novembro quitado apenas nesta segunda.

Em dezembro, os servidores da segurança engrossaram o ato dos professores e demais servidores públicos e chegaram a invadir a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro durante a votação do pacote de austeridade enviado à Casa pelo governador Luiz Fernando Pezão (PMDB).

Em crise, o Estado declarou calamidade financeira na metade do ano passado e agora estuda formas de cobrir o rombo previsto de 19,3 bilhões para 2017. Entre as medidas estudadas pelo governo, estão um plano de demissão voluntária e a possibilidade de redução de jornada de trabalho dos servidores com redução salarial, medida que depende de decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).


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