Folha de S. Paulo


Governo do AM rebate ministro da Justiça e sugere conivência federal

Pedro Ladeira/Folhapress
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, durante entrevista em Brasília
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, durante entrevista em Brasília

O governo do Amazonas rebateu na tarde desta quarta-feira (4) críticas feitas pelo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, feitas sobre a crise carcerária em Manaus. Segundo o governo amazonense, o governo federal compartilha de informações e participa de discussões sobre segurança pública no Estado.

Pela manhã, Moraes declarou em Brasília que o governo do Amazonas tinha informações sobre planos de fugas e que essas informações não foram compartilhadas com a União. Segundo ele, o governo federal poderia ter auxiliado com o envio de tropas da Força Nacional, por exemplo.

Massacre em Manaus
Fachada da penitenciária Anísio Jobim, em Manaus

Mas, de acordo com o governo amazonense, desde outubro de 2016 o Estado mantém um Comitê de Gerenciamento de Crise do Sistema de Segurança Pública, com representantes estaduais e federais. Entre as entidades presentes no comitê, segundo o governo do Amazonas, estão a Polícia Federal, as Forças Armadas, a Polícia Rodoviária Federal e a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), todas essas entidades federais.

"Ameaças de fugas e rebeliões são detectadas constantemente pelos órgãos de inteligência e do Sistema de Segurança Pública e sempre foram tomadas as providências necessárias. Em função delas que montamos um comitê em outubro", declarou o secretário Estadual de Segurança Pública, Sérgio Fontes.

Para o secretário, planos e estratégias desenvolvidos pelo comitê foram responsáveis por uma "resposta rápida" ao motim que matou 56 detentos. "Graças ao comitê salvamos todos os reféns", disse Fontes.

Nesta quarta-feira, o governo estadual ainda manteve em 184 o número de presos foragidos durante a rebelião, seguida de confronto entre facções criminosas rivais. Mais cedo, o ministro da Justiça de Temer havia afirmado que esse número ultrapassava os 200 presos.

Para o governo do Amazonas, o massacre ocorrido no Estado não tinha a pretensão de ser apenas uma fuga, mas sim a "execução" de rivais, o que dificultaria a ação do Estado. Ainda assim, o Estado diz que apurará "supostas falhas" no sistema carcerário


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