O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse estar "sob controle" o complexo Anísio Jobim (Compaj), onde 56 presos morreram no domingo (1º), na maior matança em presídios desde o episódio do Carandiru, em São Paulo, em 1992.
A declaração foi feita pouco depois de o ministro visitar o complexo, na manhã desta terça-feira (3).
"A situação hoje no Compaj [durante visita] era uma situação normal, até porque o policiamento foi reforçado. A ala onde houve as mortes, onde ocorreram os homicídios, a chacina, está vazia, está isolada, já houve a limpeza", afirmou. "Apesar do clima tenso na penitenciária, está sob controle."
Moraes declarou ainda que não se pode justificar as mortes apenas por uma guerra entre facções, como foi dito pela Secretaria da Segurança Pública.
"Nós não trabalhamos com a questão de retaliação [com novos ataques devido à briga entre facções], até porque questão de rebelião com essa ferocidade, barbaridade, decapitação, fogo, isso não ocorre por um único fator", disse. "Rebelião assim é uma somatória de fatores que leva a essa reação. Então estamos analisando essa somatória de fatores."
O ministro, que chegou ao Amazonas na noite de segunda-feira (2), afirmou que detentos de facções que comandaram os ataques serão transferidos para presídios federais. O nome dos presos mortos ainda não foi divulgado. Segundo o ministro, o governo amazonense deve indicar até o fim da semana quais lideranças poderão ser deslocadas.
Moraes declarou ainda que, no país, é preciso "controlar melhor presídio e separar a criminalidade organizada por periculosidade de crime". "O presídio não é de facção, é do poder público."
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Onde fica o Complexo Penitenciário Anísio Jobim |