Uma doença ainda não esclarecida vem alarmando baianos neste dezembro: pelo menos dezenove pessoas apresentaram fortes dores musculares e urina turva nos últimos dias, segundo informações da Secretaria de Saúde de Salvador.
Os casos foram registrados na capital e no litoral norte do Estado. O governo emitiu um alerta epidemiológico a todas as unidades de saúde da Bahia em que chama a doença de "mialgia [dor muscular] aguda a esclarecer".
Os sintomas incluem fortes dores na região cervical e na região do trapézio (costas), dores musculares intensas nos braços, dorso, coxas e panturrilhas. Além disso, parte dos pacientes apresentou urina turva. Ninguém apresentou febre, sintomas respiratórios ou gastrointestinais, no entanto.
O governo estadual orientou as secretarias a buscar casos compatíveis nos prontuários de pacientes atendidos desde 1º de novembro, coletar amostras de soro e fezes para exame laboratorial e encaminhá-las ao Laboratório Central de Saúde Pública. O Estado diz que a doença não possui tratamento específico e orienta os municípios a não usarem anti-inflamatórios, que podem agravar problemas renais.
De acordo com a coordenadora de Vigilância em Saúde da Prefeitura de Salvador, Isabel Guimarães, há duas principais hipóteses para a origem da doença: um vírus ou uma toxina. "Há fortes indícios de ser uma fonte comum, porque uma mesma família adoeceu em um espaço muito curto de tempo", diz. Estado e município investigam a doença.
As 11 primeiras pessoas acometidas pela doença relataram ter consumido peixe. "É uma hipótese, mas pode não ser o peixe em si, pode ser algo no preparo dele. É importante esclarecer que não há motivo para alarme da população, está muito cedo e há muitos boatos", diz Guimarães.
Segundo ela, a doença regrediu em todas as 19 pessoas, que já receberam alta, mas ainda têm acompanhamento médico.
