Folha de S. Paulo


Sonhava vê-la de noiva, diz noivo de jovem morta em queda de helicóptero

Reprodução/TV Globo
Rosemere do Nascimento antes de entrar em helicóptero que caiu matando ela e mais três pessoas na Grande SP
Rosemere antes de entrar em helicóptero que caiu matando ela e mais três pessoas na Grande SP

A auxiliar de enfermagem Rosemere do Nascimento, 32, morta no domingo passado na queda de um helicóptero, começou a juntar dinheiro para o casamento antes mesmo de saber quem seria seu noivo. "Seria um conto de fadas. Tudo produzido nos mínimos detalhes", disse o noivo, Udirley Marques Damasceno, ao "Fantástico", da Rede Globo.

A entrada triunfante estava nos planos para o casamento perfeito de Rosemere, que decidiu surpreender a todos chegando de helicóptero no sítio em aconteceria a cerimônia, em São Lourenço da Serra, na região metropolitana de São Paulo. Mas a aeronave acabou caindo no percurso. Além da noiva, morreram o seu irmão, Silvano Nascimento, 40, o piloto e uma fotógrafa, que estava grávida de seis meses.

Jorge Araújo/Folhapress
Local do acidente, em São Lourenço da Serra, na Grande SP
Local do acidente, em São Lourenço da Serra, na Grande São Paulo

Udirley ficou sabendo do acidente pelo dono do sítio quando já estava pronto para a cerimônia. Os mais de 300 convidados também estavam no local aguardado Rosemere. "Pra não chorar e mostrar para o povo, saí andando até a praça dos brinquedos das crianças. Fiquei lá, praticamente desmaiando", conta ele. "Meu sonho era vê-la de noiva".

O casal era evangélico e se conheceu na igreja Congregação Cristã, em Taboão da Serra (Grande SP). Foi um ano de paquera, até que eles começaram a trocar mensagens. Pouco depois do começo do namoro, decidiram casar. Gastaram na festa em torno de R$ 40 mil. A chegada de helicóptero estava incluído em um pacote especial. "No dia seguinte, todos vão achar que sou rica", disse Rosemere a uma cunhada que sabia da surpresa.

"Nós queremos apuração. Que a justiça seja feita. Ela ia realizar o sonho dela, o meu, o de todos que estavam aqui", afirma Udirley.

O ACIDENTE

A aeronave, modelo Robinson 44, voava em direção ao sítio Recanto Beija-Flor, onde haveria a festa. Caiu por volta das 16h de domingo (4), perto da rodovia Régis Bittencourt, que liga São Paulo ao Sul, e a 5 km de onde estava programada a celebração.

No horário do acidente, a região tinha tempo encoberto, com neblina, chuva fraca e baixa visibilidade, segundo os institutos de meteorologia –situação que dificulta voos.

O vigilante Rubens Pires, 36, diz que o helicóptero dava voltas, como se procurasse um local para pousar. "Ele foi e voltou duas vezes. A hélice parece que se desfez e depois ouvimos um barulho do helicóptero caindo no meio das árvores."

A cuidadora Cíntia Camargo Pires, 35, disse que viu a aeronave girando antes de cair. "Estava saindo fumaça. A hélice estava parada, e o helicóptero é que girava."

O helicóptero estava registrado na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) na categoria privada de serviços aéreos e não tinha registro para fretamento, ou seja, para ser usado como táxi aéreo ou comercialmente.

Com informações do "AGORA"


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