Folha de S. Paulo


Chegada do maior avião do mundo leva 'turistas' a Campinas

O Antonov 225, maior avião do mundo em atividade, pousou por volta das 11h desta segunda-feira (14) no aeroporto Internacional de Campinas (SP). A chegada da aeronave causou aglomeração de curiosos no entorno do aeroporto.

Houve quem estacionasse o carro no acostamento da rodovia Santos Dumont, ao lado da cabeceira da pista, o que é irregular. Outros, como estudante Gabriel Gonçalves, 16, arrumou um espaço em uma rua cheia de lama, ao lado da pista do aeroporto para assistir ao pouso. "O pouso estava previsto para as 10h30. Mas eu estava com medo de não achar um lugar para ver, então cheguei às 7h", conta Gabriel, que viajou desde Judiaí (a 40km até Viracopos).

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O administrador Augusto Santos, 34, que mora em São Carlos (a cerca de 90km de Viracopos), saiu de casa às 6h só para ver o Antonov. "Pra quem gosta de aviação, é um momento histórico. Foi assim que aproveitei minha emenda de feriado".

A passagem do Antonov por Campinas é a primeira parada da aeronave no país para a missão de carregar um transformador produzido pela ABB, em Guarulhos, até o Chile. As dimensões do transformador foram desenhadas para que a peça pudesse ser transportada no Antonov.

Em Campinas, a aeronave será equipada com um suporte especial que servirá para sustentar o transformador.

De Campinas, às 22h30, o Antonov vai até o aeroporto de Guarulhos. A previsão da chegada é às 23h. A aterrissagem será transmitida ao vivo pela concessionária do aeroporto.

Em Guarulhos, a operação de carregamento durará a madrugada inteira. A decolagem do Antonov está prevista após as 6h.

SONHO

O único exemplar do Antonov Mriya 225 foi construído entre 1984 e 1988, como parte do programa espacial soviético. O objetivo é que ele pudesse transportar o ônibus espacial soviético até sua base de lançamento.

Com seu tamanho descomunal, muitos projetistas duvidaram que o avião conseguiria sair do chão. Por isso, foi apelidado de Mirya, ou sonho em russo. Com a queda da União Soviética, no entanto, o avião ficou encostado.

Em 2000, a fabricante do Antonov, com sede na Ucrânia, resolveu reformar a aeronave. O projeto era o de transformar o modelo no maior cargueiro comercial do mundo. Entre os desafios estava o de obter certificações internacionais, questão desnecessária enquanto o avião operava apenas na União Soviética.

A única passagem do Antonov pelo país havia sido em 2010, para transporte de peças para a Petrobras.


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