Folha de S. Paulo


Uber veta motorista armado e diz que excluirá PM que matou 3 assaltantes

Reprodução
PM que dirigia Uber em SP mata 3 que tentaram assaltá-lo. Policial reagiu a tentativa de assalto em Cidade Líder, na Zona Leste. Um dos assaltantes tinha 15 anos, diz Secretaria de Segurança Pública.
Câmera de segurança mostra policial chutando cabeça de suspeito de assalto em São Paulo

Um dia depois que um policial militar matou três pessoas enquanto trabalhava como motorista do Uber em São Paulo, a administração do aplicativo declarou que o porte de armas em viagens é proibido. Com isso, o policial terá sua conta cancelada na plataforma.

Ele estava armado e reagiu a uma tentativa de assalto.

De acordo com o aplicativo, a proibição de porte de armas serve tanto para motoristas quanto para passageiros, que também podem ter sua conta cancelada caso descumpram a regra.

A determinação segue a diretriz do Uber americano que também proíbe o porte de armas em viagens do aplicativo. Nos Estados Unidos, há pelo menos cinco casos de motoristas que estavam armados e que foram suspensos do aplicativo, desde 2015.

O Uber declara que tem mecanismos de segurança para proteger tanto os passageiros como os motoristas. Entre as medidas estão o fato de todas as viagens serem rastreadas por GPS, todos os usuários terem um cadastro e a existência de um sistema de pontuação de motoristas e passageiros.

Já a PM diz que apura internamente a conduta do policial. Isso inclui verificar se o policial poderia estar atuando como motorista do Uber como complemento de renda.

O CASO

No último domingo (6), um policial militar fora do horário de serviço reagiu a uma tentativa de assalto e matou três, na Cidade Líder, zona leste de São Paulo. Um deles, tinha 15 anos.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, os suspeitos tinham duas armas. Uma câmera de segurança flagrou a ação. As imagens mostram que, após a reação do PM, dois bandidos fugiram.

O agente atira no terceiro, que ficou no carro, e corre atrás dos outros dois, mas não é possível ver se ele dispara mais uma vez. Depois, volta e chuta a cabeça do terceiro homem, que está no chão e aparenta estar ferido.

O ouvidor da Polícia Júlio Cesar Fernandes Neto disse que pedirá investigação do caso pela Corregedoria da PM, para esclarecer as circunstâncias da morte e se o policial se excedeu ao chutar o bandido. "Fica claro no vídeo que foi legítima defesa, mas tem um limite", afirmou.


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