Folha de S. Paulo


Psiquiatra Flávio Gikovate morre aos 73 em SP após luta contra câncer

Jorge Araujo - 24.4.2013/Folhapress
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O psiquiatra Flávio Gikovate durante sabatina no Teatro Folha, em São Paulo

O psiquiatra, psicoterapeuta e escritor Flávio Gikovate morreu nesta quinta-feira (13), em São Paulo, aos 73 anos. Gikovate estava internado no hospital Albert Einstein para tratar de um câncer.

A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do hospital, que não divulgou mais detalhes, a pedido da família.

Gikovate ficou conhecido por abordar questões e problemas ligados a relacionamentos pessoais, tratando de sexo, amor, vida conjugal e vícios. Publicou 34 livros, que já venderam mais de um milhão de exemplares, segundo o site do autor.

Entre as obras estão "Ensaios Sobre o Amor e a Solidão", "Sexualidade sem Fronteiras", "Uma Nova Visão do Amor", "Mudar - Caminhos para a Transformação Verdadeira", "A Arte de Educar" e "A Liberdade Possível". Seu lançamento mais recente foi "Para Ser Feliz no Amor - Os vínculos afetivos hoje", em setembro. Seu trabalho foi traduzido em inglês, espanhol, árabe e francês.

Na rádio CBN, apresentava desde 2007 aos domingos o programa "No Divã do Gikovate", de transmissão nacional, e um quadro do mesmo nome dentro do programa diário "CBN Noite Total".

Integrou, de 1980 a 1984, a equipe de articulistas da Folha, onde assinou a coluna "Comportamento Sexual", depois chamada apenas de "Comportamento".

Em 2010, Gikovate participou da novela "Passione", de Silvio de Abreu, na Globo. Na trama, interpretou a si mesmo e foi analista do personagem de Marcello Antony (Gerson).

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O medico psiquiatra e colaborador da Folha de S.Paulo Flavio Gikovate 1981 (Foto: Folhapress)
Flávio Gikovate em foto de 1981, época em que era colunista da Folha

CARREIRA

Filho do médico polonês Febus Gikovate, Flávio nasceu em 11 de janeiro de 1943 em São Paulo. Formou-se como médico psiquiatra pela USP (Universidade de São Paulo) em 1966, e foi assistente clínico do instituto de psiquiatria da London University, no Reino Unido. Desde 1968, atendeu em sua clínica privada mais de 10 mil pacientes –com pacientes em Nova York e Londres.

Judeu, Gikovate apontava como influências os filósofos Arthur Schopenhauer (1788-1860) e o grego Epíteto, além do espanhol Jose Ortega y Gasset (1853-1955), este pela "forma simples e clara de se expressar".

Além da coluna na Folha, escreveu para as revistas femininas "Capricho" e "Cláudia", da editora Abril, sobre sexo e amor. Teve também um programa na TV Bandeirantes.

Esteve ainda envolvido com o preparo psicológico do elenco de futebol do Corinthians na época da chamada Democracia Corintiana.

Gikovate era também muito ativo nas redes sociais. Seu perfil no Twitter tem quase 80 mil seguidores e página no Facebook, mais de 180 mil. Os últimos posts foram nesta quinta, sobre humildade.

Twitter

Sua conta no YouTube, em que publicava vídeos de aproximadamente cinco minutos com temas como "É possível mudar o parceiro?" e "A ocasião faz o ladrão?" tem mais de 85 mil inscritos.

O psicoterapeuta será cremado às 14h no cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra. Gikovate deixa a mulher, Cecília, e três filhos


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