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Doria estuda cortar pastas voltadas à administração e temas sociais

Marlene Bergamo/Folhapress
PODER - Sao Paulo - Joao Doria, eleito para prefeito de Sao Paulo durante entrevista para a Folha. 04/10/2016 - Foto - Marlene Bergamo/Folhapress - 017
Prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), em entrevista à Folha

O prefeito eleito, João Doria (PSDB), estuda rearranjar secretarias voltadas à própria administração para tentar reduzir o número de pastas de 27 para cerca de 20, conforme prometeu durante a campanha eleitoral.

Os alvos são estruturas como Relações Governamentais, Relações Internacionais, Comunicação, Governo e Gestão. Essas poderão ser fundidas, incorporadas ou extintas na gestão do tucano.

A pasta de Licenciamento, por exemplo, poderá ser apropriada pela secretaria de digitalização de serviços públicos que Doria criará, conforme a Folha antecipou.

O vereador eleito Daniel Annenberg (PSDB), que implantou o Poupatempo estadual e dirigiu o Detran, comandará o órgão.

As secretarias de Políticas para as Mulheres e Promoção da Igualdade Racial também devem ser reformuladas. A equipe de transição de Doria estuda incorporá-las à pasta de Direitos Humanos ou ainda ao gabinete do prefeito.

A vereadora eleita Soninha Francine (PPS) é cotada para tocar temas sociais. Durante a campanha, ela comandou agendas que tiveram a participação de Doria voltadas a mulheres, ao público LGBT e à população de rua.

O rearranjo foi debatido ao longo da campanha eleitoral. Aliados disseram que, nesta primeira semana após a eleição, em que Doria dedicou boa parte do tempo a entrevistas e outras agendas, não foi possível bater o martelo.

No decorrer da disputa, o então candidato recuou da decisão de extinguir a pasta voltada à inclusão de pessoas com deficiências diante de críticas de especialistas na área, como a deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP), que é cadeirante.

Ele assegurou, contudo, que as eventuais reformulações não afetariam a atuação da administração nas áreas.

"As políticas públicas serão mantidas integralmente, mas não os penduricalhos", afirmou, em referência a estruturas como a de motoristas e secretárias. "Tudo isso é custo. Para quê? Gerar status? Prefiro gerar política pública", disse em agosto.

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