Folha de S. Paulo


Após reclamação de pais, PE admite falhas em atendimento a microcefalia

Após mães de bebês com microcefalia causada pelo vírus da zika reclamarem de abandono, o governo de Pernambuco admitiu falhas nos serviços de reabilitação, prometeu melhorar o atendimento e anunciou que pretende cadastrar as famílias.

Na semana passada, a Folha mostrou que, um ano após o auge de notificações de casos da má-formação, famílias se queixam da falta de benefícios sociais prometidos –até acionando a Justiça– e da baixa oferta de remédios.

O mapeamento, segundo o Estado, trará endereço e distância de locomoção para serviços de saúde, entre outros.

A Secretaria da Saúde informou que vai tomar medidas para aprimorar o atendimento em resposta às famílias. Em reunião com a pasta na terça (2), mães relataram as falhas, como o tempo insuficiente das sessões de fisioterapia –20 minutos, quando o ideal seria o dobro.

"Precisamos de melhoria em toda a rede. Meu filho já completou um ano e até agora não tem vaga para terapia ocupacional", afirmou Eliane Marques, 29, mãe de João Gabriel, 1. Atualmente são 24 unidades para o atendimento de casos de microcefalia.

FALTA DE AUXÍLIO -

SUBSÍDIO

Segundo o Estado, em julho o governador Paulo Câmara pediu mais uma vez à União alterações na lei de concessão do BPC (Benefício de Prestação Continuada), que garante um salário mínimo mensal a idosos ou a cidadãos com deficiência.

Ele "sugeriu a edição de lei assegurando a concessão de 'pensão especial', de caráter indenizatório para as famílias", disse o governo. O Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário informou que "qualquer alteração significa mudança na Constituição".

O governo também diz ter cobrado o Ministério da Saúde em relação à queixa de que falta oferta de medicamentos necessários a bebês com microcefalia. A pasta, em nota, afirma que a compra é de competência dos Estados e que, desde o início das notificações, Pernambuco recebeu mais de R$ 3,2 milhões.

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