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Policiais e agentes gaúchos fazem paralisação contra salário parcelado

Fernanda Canofre/Folhapress
Policiais militares, civis, bombeiros, agentes penitenciários e peritos criminais na paralisação de um dia nesta quinta-feira (4) em Porto Alegre
Policiais e agentes gaúchos na paralisação de um dia nesta quinta-feira (4) em Porto Alegre

Policiais militares, civis, bombeiros, agentes penitenciários e peritos criminais fizeram uma paralisação de um dia nesta quinta-feira (4) no Rio Grande do Sul, como protesto pelo recém-completado um ano de parcelamento de salários dos servidores públicos do governo Ivo Sartori (PMDB).

Nas delegacias, apenas casos mais graves foram registrados. Parte do comércio de Porto Alegre fechou as portas mais cedo. Na zona norte, depois do meio-dia, a maioria das lojas já havia deixado de funcionar.

Agências bancárias ameaçaram ser fechadas com o risco de falta de policiais nas ruas, mas decisão judicial determinou a abertura das unidades.

Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), alguns professores suspenderam voluntariamente as aulas por questões de segurança. A instituição, no entanto, não soube estimar quantas aulas foram suspensas. Algumas escolas particulares e públicas pelo Estado também decidiram suspender as aulas por segurança.

"O governo vem há um ano represando [gastos] e sem investir em segurança pública. Estamos nas ruas pelo nosso salário, mas também pela falta de políticas para segurança em geral", afirma Neiva Back Leite, diretora do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia (UGEIRM).

A paralisação atingiu todo o efetivo da Polícia Civil, segundo o sindicato. Apenas 30% dos servidores seguiram trabalhando, conforme determinado por lei. Delegacias do interior do Estado, assim como em Porto Alegre, registraram apenas casos greves.

As duas delegacias de polícia responsáveis pelos registros de flagrantes na capital –2ª e a 3ª Delegacias de Pronto Atendimento– não registraram nenhuma ocorrência desde a madrugada de quinta-feira. Normalmente, as duas delegacias tem fluxo de 15 ocorrências por dia.

BRIGADA MILITAR

Na Brigada Militar –a polícia militar do Rio Grande do Sul–, a paralisação envolveu 60% do efetivo, de acordo com a Abamf (Associação de Cabos e Soldados da Brigada Militar). Segundo a entidade, 46 batalhões de polícia estiveram fechados, cinco deles na capital.

O Comando da Brigada Militar, no entanto, afirma que o efetivo funcionou normalmente. Segundo o sub-comandante geral da BM, coronel Andreis Silvio Dal'Lago, em Porto Alegre, o efetivo teve reforço de 35% entre às 4h e às 12h. Ele também disse que as situações de flagrante seguiam sendo lavradas normalmente.

Na quarta-feira (3), o governador reuniu-sr com a cúpula da Segurança Pública para que as paralisações não afetasse serviços essenciais. A orientação do governo foi de que as pessoas saíssem normalmente às ruas.

Em nota divulgada nesta quinta, o governo ainda critica como "inoportuna" toda "radicalização" das entidades no atual momento do país.


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