Folha de S. Paulo


Alfred Johann Julius Cerveny (1932-2016)

Mortes: Arrumou barco, nomeou carro e fez locomotiva

Meios de transporte atraiam Alfred Johann Julius Cerveny. Gostava do movimento, da velocidade. Podia ser na água, na terra ou até sobre trilhos.

Filho de um austríaco e uma descendente de alemães, Alfred nasceu na Freguesia do Ó, zona norte de São Paulo, em uma comunidade de estrangeiros. Foi aprender o português só na hora de ir para a escola, aos seis anos.

O gosto por desenhos o levou ao curso de arquitetura. Formou-se no Mackenzie nos anos 50, e trabalhou mais de 30 anos no Departamento de Edificação da prefeitura.

Fazia projetos, vistorias e preservações, além de consultorias para empresas. Costumava dizer que entendia tudo sobre leis de zoneamento.

Fora do trabalho, gostava de barcos e automóveis. Começou praticando vela com amigos na represa Billings (zona sul) antes de ter uma lancha, uma moto, carros e a locomotiva que ele mesmo construiu na década de 90.

Barcos e automóveis eram muitas vezes restaurados por Alfred antes de serem batizado e colocados em uso. Seu último veleiro tinha o nome de "Putz" e o mais recente carro era chamado de Catarina.

Para andar com sua locomotiva, ele comprou um sítio em Mongaguá (SP) após saber dos trilhos no local. Foi o passeio da família por anos.

Engraçado e sincero, costumava passar longe do discurso politicamente correto. Tinha língua afiada e estava sempre arrumado, com rabo de cavalo e sapatos de cromo alemão -investimento que chegava a irritar a mulher.

Morreu dia 8, aos 83, devido a uma parada respiratória. Deixa a mulher, Ceneide, quatro filhos e quatro netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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