Folha de S. Paulo


Ciclista morre após ter braço decepado em atropelamento na via Imigrantes

Reprodução/TV Globo
Dorgival Francisco Sousa (à esquerda), que morreu após ter o braço decepado; à direita, a bicicleta de Sousa
Dorgival Francisco Sousa (à esquerda), que morreu após ter o braço decepado; à direita, sua bicicleta

Um homem de 59 anos morreu na noite de domingo (3), na rodovia Imigrantes, após ter o braço decepado em um atropelamento.

De acordo com o delegado Miguel Ferreira, do 4º DP de Diadema (Grande SP), Dorgival Francisco Sousa, 59, ia para o trabalho de bicicleta por volta das 18h –ele era segurança noturno–, pelo acostamento da estrada no sentido São Paulo (confira vídeo abaixo), no km 17,5, quando foi atingido por um veículo.

O impacto cortou fora um dos braços de Sousa, que morreu no local. O membro, cortado na altura do ombro, foi encontrado a mais de um quilômetro de distância da vítima, na avenida dr. Ulysses Guimarães, em Diadema. Segundo o delegado, o braço teria ficado preso no carro. O motorista não prestou socorro e só teria parado 1,5 km depois, apenas para se livrar do braço.

A polícia ainda trabalha na identificação do veículo. Até o momento, sabe-se apenas que é um carro da montadora GM, modelo Vectra ou Astra, e de cor cinza ou prata.

O tráfego de bicicletas em rodovias é permitido pelo Código Brasileiro de Trânsito. A Ecovias, que administra a Imigrantes, afirmou que o trânsito desses veículos só não é permitido nas regiões onde há túneis, por não haver acostamento. Nesses trechos, segundo a concessionário, há sinalização indicando a proibição de veículos não motorizados. O acidente não aconteceu em um túnel, todavia.

A concessionária diz ainda que o tráfego é permitido mas não recomendado, "já que se trata de uma via de trânsito rápido, cuja velocidade máxima é de 120 km/h, e com trânsito intenso não apenas de veículos de passeio, mas também de caminhões", afirma, em nota.

Houve 36 acidentes com ciclistas com três mortes na rodovia no primeiro semestre deste ano, contra 42 acidentes com três mortes no mesmo período do ano passado.

Vídeo mostra suposto carro que teria atropelado ciclista

OUTRO CASO

O caso lembra o de David Sousa, ciclista que teve o braço decepado após ser atropelado pelo estudante de psicologia Alex Siwek na avenida Paulista, em 2013.

Na ocasião, o ciclista também ia ao trabalho de bicicleta e o braço decepado também ficou no veículo do agressor, que, como neste caso, não prestou socorro e se livrou do membro quilômetros depois. David Sousa, no entanto, sobreviveu.

Em abril, a Justiça de SP reduziu a pena de Siwek. À época, Sousa, 24, se disse "indignado" com a nova sentença. "Ele não vai passar por quase nada do que eu vou passar pelo resto da minha vida", afirmou.


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